Protestos

Governo e promotores de protestos na Colômbia não alcançam acordo

Ao menos uma pessoa morreu e 30 ficaram feridas no município de Yumbo em confrontos entre as forças públicas e manifestantes, que organizaram bloqueios para impedir o transporte de combustíveis

O governo da Colômbia e o comitê que reúne parte dos setores que protestam nas ruas há 20 dias não chegaram a um acordo na segunda-feira (17/5) para sair da crise, que já provocou dezenas de mortes.

Representantes do governo do presidente conservador Iván Duque não atenderam as exigências do chamado Comitê Nacional de Greve, a organização mais visível entre os manifestantes.

O comitê pediu a Duque que condenasse "de maneira explícita e contundente os abusos da Força Pública" e reconhecesse a "responsabilidade" nas agressões durante os protestos, entre outras demandas.

"O governo expressou publicamente seu respeito ao protesto pacífico e estabeleceu as condições para seu exercício", afirmou a delegação governamental em um comunicado enviado ao comitê, que não agrupa todos os setores que saíram às ruas para exigir um país mais justo e uma reforma da polícia.

A organização respondeu em um comunicado: "Esperávamos uma resposta a nossas exigências de garantias para os protestos (...) e o governo disse não a tudo, inclusive sobre vários temas que não citou", afirma o texto.

O comitê também exige a saída das ruas do exército e do esquadrão de choque, denunciado por várias organizações internacionais de defesa dos direitos humanos e países, como Estados Unidos, por abusos cometidos durante as manifestações.

Duque ordenou à força pública a mobilização de "sua máxima capacidade operacional" para acabar com quase 300 bloqueios de estradas que afetam a mobilidade e o abastecimento em várias cidades.

De acordo com a Defensoria do Povo, 42 pessoas morreram nos protestos que começaram em 28 de abril.

Na segunda-feira (17/5), a Defensoria do Povo afirmou que 15 casos "têm relação direta com as manifestações", enquanto outros 11 estão sendo verificados.

Também citou a "busca urgente" por outras 134 pessoas reportadas como "não localizadas".

O Comitê de Greve afirma que pelo menos 50 pessoas morreram nos protestos e mais de 500 estão desaparecidas.

As partes se reuniram em Bogotá pela terceira vez, enquanto manifestantes e as forças de segurança se enfrentavam no sudoeste do país, epicentro dos protestos.

Ao menos uma pessoa morreu e 30 ficaram feridas no município de Yumbo em confrontos entre as forças públicas e manifestantes, que organizaram bloqueios para impedir o transporte de combustíveis.

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