Protestos

Universidade de Oxford se recusa a remover estátua do colonizador Rhodes

Cecil Rhodes, que acreditava na superioridade da raça branca, como muitos defensores da colonização, deu seu nome à Rodésia (atuais Zimbábue e Zâmbia)

A Universidade britânica de Oxford recusou-se a retirar a polêmica estátua do colonizador Cecil Rhodes, alegando o alto preço e a complexidade da operação, apesar das manifestações e do consenso inicial a favor de seu desmonte.

A campanha "Rhodes deve cair" para remover a estátua que adorna a fachada do Oriel College de Oxford recuperou força há um ano como parte do movimento "Black Lives Matter".

Milhares de pessoas protestaram em junho de 2020 aos gritos de "retirem-na!" e "decolonizem!", logo depois que, em Bristol, a estátua do traficante de escravos Edward Colston foi derrubada e jogada na água no porto.

Apesar do consenso entre a direção da universidade e a comissão independente que foi lançada para a remoção da estátua, a direção do Oriel College decidiu, "tendo em vista os consideráveis obstáculos à remoção [...], não iniciar o procedimento".

Em comunicado, o estabelecimento justificou a sua decisão com base nos "desafios regulamentares e financeiros" implícitos na fachada do edifício, protegida, e nos prazos que este tipo de procedimento implicaria, "que poderia demorar vários anos sem qualquer certeza do resultado".

Além disso, a comissão observou que essa dificuldade era ainda maior quando considerada a política do governo de "manter e explicar" no contexto da herança colonial britânica.

O Oriel College declarou-se "determinado a dedicar seu tempo e recursos para implementar as recomendações para contextualizar a relação do College com Rhodes, além de aumentar a equidade no ensino, a diversidade e a inclusão de seus alunos e da comunidade educacional".

"Entendemos que esta conclusão causará decepção em alguns, mas a partir de agora nos concentraremos na implementação de soluções práticas com o objetivo de melhorar a experiência diária dos alunos", disse Neil Mendoza, um dos diretores da universidade.

Cecil Rhodes, que acreditava na superioridade da raça branca, como muitos defensores da colonização, deu seu nome à Rodésia (atuais Zimbábue e Zâmbia) e fundou a companhia mineradora e comercial de diamantes De Beers. Rhodes, um ex-aluno de Oxford, legou parte de sua fortuna ao Oriel College.

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