Em um momento delicado nas relações com a família real britânica, os duques de Sussex reverenciaram a matriarca, a rainha Elizabeth II, na escolha do nome da filha caçula. Lilibet Diana, nome que também homenageia a avó paterna, nasceu na sexta-feira, em Santa Bárbara, nos Estados Unidos, mas sua chegada foi anunciada apenas ontem pelo casal, que renunciou às obrigações da realeza e deixou Londres em março do ano passado.
“Lili se chama assim em homenagem à sua bisavó, Sua Majestade a Rainha, cujo apelido familiar é Lilibet. Seu segundo nome, Diana, foi escolhido em homenagem à sua amada avó, a princesa de Gales”, assinalou um comunicado divulgado pelo príncipe Harry e pela duquesa Meghan.
Mãe e filha, oitava na linha de sucessão ao trono britânico, estão em casa. Os duques já eram pais de Archie, 2 anos. Por meio de um comunicado, o Palácio de Buckingham destacou que a monarca e toda a família estão encantados com a chegada de Lili, que nasceu com 3,5kg.
“No dia 04 de junho, fomos abençoados com a chegada de nossa filha, Lili. Ela é mais do que jamais poderíamos ter imaginado e somos gratos pelo amor e pelas orações que recebemos de todo mundo. Obrigado por sua contínua gentileza e apoio durante este momento muito especial para nossa família”, informou o site Archewell, fundação comandada pelos duques de Sussex.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, felicitou o casal, no Twitter. “Parabéns ao duque e à duquesa de Sussex pelo nascimento de sua filha”.
Turbulência
Lilibeth chega em um momento especialmente conflituoso na realeza britânica. Em março, Harry e Meghan deram uma entrevista explosiva na televisão americana, que desencadeou a maior crise na corte desde a morte da princesa Diana, em um acidente de carro em Paris, em 1997.
Na entrevista de duas horas, vista por mais de 11 milhões de telespectadores nos EUA e 17 milhões no Reino Unido, o casal disse à apresentadora Oprah Winfrey que o racismo foi parte da decisão de deixar o Reino Unido. A mãe de Meghan é negra e o pai, branco. O casal revelou que integrantes da família real teriam externado preocupação com a cor da pele de Archie.
Na entrevista, Meghan, ex-atriz, disse que estava “ingenuamente” preparada para a vida na família real e que considerou cometer suicídio quando estava grávida de Archie. Harry, 36 anos, e a esposa, 39, acusaram jornais de cair em estereótipos raciais, especialmente em comparação com a cobertura de Kate, a cunhada de Harry, que é branca.
Semanas depois da entrevista, o príncipe viajou sozinho ao Reino Unido para os funerais do avô, o príncipe Philip, marido da monarca. Durante a rápida passagem de Harry pela Inglaterra, as atenções se concentraram, especialmente, na relação entre ele e os príncipes Charles e William, respectivamente, seu pai e irmão. Os três teriam conversado e ensaiado um entendimento, segundo a mídia britânica,
Entretanto, na volta aos Estados Unidos, a situação não se acalmou. Em uma série documental dedicada à saúde mental, lançada um mês depois, Harry insiste na falta de empatia de sua família com ele e a esposa. “Achei que minha família me ajudaria, mas todas as demandas, os pedidos, os sinais encontraram um silêncio ou uma total indiferença”, explicou sobre as dificuldades que o casal teve antes do nascimento do primogênito.
Na série, intitulada The Me You Can’t See (“O eu que não podem ver”, em tradução livre), que coproduziu com Oprah Winfrey, Harry diz que tinha vergonha de pedir ajuda à família. Ele volta a criticar o pai, acusado de indiferença para com os filhos. “Quando eu era mais jovem, meu pai disse a William e a mim: era assim para mim, então será a mesma coisa para vocês”, queixou-se. “Não faz sentido”, continuou o duque de Sussex. “Não é porque você sofreu que seus filhos também deveriam sofrer. Deveria ser até o contrário.”
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