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EUA anunciam doação de 80 milhões de doses de vacinas para o exterior

A Casa Branca informou que, para as doses a serem distribuídas por meio do mecanismo Covax, Washington priorizará países da América Latina e Caribe, e do Sul e Sudeste Asiático e da África

Agência France-Presse
postado em 07/06/2021 21:47
 (crédito: JOSHUA ROBERTS / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
(crédito: JOSHUA ROBERTS / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)


Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira que irão doar 80 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 para serem distribuídas globalmente, 75% delas por meio do programa Covax, promovido pela OMS em regiões como a América Latina.


"Hoje o governo anuncia o quadro para a divisão das 80 milhões de doses americanas através do mundo", informou a Casa Branca em comunicado. "Ao menos três quartos das doses doadas serão distribuídas via Covax", acrescentou. Os 25% restantes serão destinados "a países necessitados, aqueles que enfrentam surtos da epidemia, a vizinhos imediatos" dos Estados Unidos, explicou o governo.


"Compartilhamos essas doses não para garantir favores ou obter concessões. Compartilhamos essas vacinas para salvar vidas e liderar o mundo em direção ao fim da pandemia com o poder de nosso exemplo e nossos valores", disse Biden em comunicado.


A Casa Branca informou que, para as doses a serem distribuídas por meio do mecanismo Covax, Washington priorizará países da América Latina e Caribe, e do Sul e Sudeste Asiático e da África. O sistema Covax, fundado pela OMS, busca vacinas suficientes para 30% da população de 92 dos territórios mais pobres do mundo. O custo das vacinas é coberto pelos doadores.


Segundo o plano dos Estados Unidos, das primeiras 25 milhões de doses, cerca de 7 milhões serão destinadas à Ásia, especialmente à Índia, Nepal, Bangladesh, Paquistão, Sri Lanka, Afeganistão, Vietnã, Papua Nova Guiné e Taiwan.


Cerca de 6 milhões irão para a América do Sul, América Central e Caribe, incluindo Brasil, Argentina, Colômbia, Costa Rica, Peru, Guatemala e Haiti. Cinco milhões foram reservados para a África e distribuídos em coordenação com a União Africana, disse o assessor de segurança nacional Jake Sullivan. "No entanto, os Estados Unidos terão definitiva autoridade para dizer que as doses vão para lá ou para cá", acrescentou.

'Muito agradecido' 

O presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado, agradeceu no Twitter "o plano do presidente dos Estados Unidos para fornecer mais vacinas contra a covid-19 em nível global e fortalecer o mecanismo Covax. Este primeiro anúncio, de 25 milhões de doses, vai gerar maior disponibilidade global de vacinas para enfrentar a pandemia".


A Índia também expressou sua gratidão. O primeiro-ministro Narendra Modi disse no Twitter que conversou com a vice-presidente americana Kamala Harris após o anúncio. "Agradeço profundamente a garantia de fornecimento para a Índia como parte da estratégia dos Estados Unidos", disse Modi.


O diretor-geral da OMS ,Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse estar "muito agradecido" pelo anúncio de Biden de distribuir doses "para proteger aqueles que estão em maior risco e incentivar outros a fazerem o mesmo". Já a titular da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne, pediu que outros países que tenham vacinas sobrando sigam "o exemplo dos Estados Unidos". Ela lembrou que, na América Latina e no Caribe, apenas 4% concluíram o esquema de vacinação, e disse que a região, "epicentro do sofrimento causado pela Covid, também deveria ser o epicentro da vacinação".


Biden disse que o remanescente de mais de 6 milhões de doses das 25 milhões iniciais será enviado diretamente aos países que estão enfrentando surtos ou estão em crise, assim como parceiros e vizinhos como Coreia do Sul, Canadá e México.


O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que agradeceu à vice-presidente dos EUA, Kamala Harris. "Expressei nosso agradecimento em nome do povo do México." Seu colega da Costa Rica, Carlos Alvarado, que recebeu esta semana o chefe da diplomacia americana, celebrou "o plano do presidente Biden para prover mais vacinas em nível global e fortalecer o mecanismo Covax".


"Esse anúncio nos permite levar rapidamente mais doses aos países em um ambiente de fornecimento global tenso", disse o diretor executivo da aliança para as vacinas Gavi, Seth Berkley, ao saudar a decisão de Biden. A aliança atua na direção do Covax.


Enquanto alguns agradeceram, outros, como o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticaram o fato de não terem sido incluídos na distribuição. "Miserável! Não apenas perseguem para que vacinas não sejam vendidas à Venezuela, mas também, quando podem, abrem o coração apodrecido que têm para mostrar sua miséria e seu ódio em relação aos venezuelanos", acusou Maduro.


O embaixador americano para a Venezuela, baseado na Colômbia, explicou que a exclusão obedece ao fato de o país carecer "de transparência na entrega das vacinas às pessoas que necessitam". 

 

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