PANDEMIA

ONU afirma que mundo deve entrar em 'economia de guerra' por pandemia

"Nós estamos em guerra contra um vírus. Precisamos da lógica e da urgência de uma economia de guerra para aumentar a capacidade de nossas armas"

Agência France-Presse
postado em 07/06/2021 21:55
 (crédito: MICHAEL TEWELDE/AFP)
(crédito: MICHAEL TEWELDE/AFP)

O mundo está "em guerra" contra a covid-19, afirmou nesta segunda-feira (24) o secretário-geral da ONU, António Guterres, que fez um apelo para que a comunidade internacional adote uma lógica bélica para lutar contra a pandemia, que provocou mais de 300.000 mortes na Índia.


"Nós estamos em guerra contra um vírus. Precisamos da lógica e da urgência de uma economia de guerra para aumentar a capacidade de nossas armas", declarou Guterres em Genebra, no início da principal reunião anual dos países membros da Organização Mundial da Saúde (OMS).


A pandemia causou pelo menos 3.465.398 mortes, número que pode atingir, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) até "cerca de 6 a 8 milhões de mortes" - e infectou 166.741.960 desde o final de 2019, segundo balanço feito nesta segunda-feira pela AFP.


O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, por sua vez expressou seu desejo de que 10% dos habitantes de cada país sejam vacinados até setembro, e lamentou que "um pequeno número de países" tenha acumulado vacinas.


A pandemia também matou pelo menos 115.000 profissionais de saúde, de acordo com o chefe da OMS.


A China, onde essa história começou e que sempre rejeitou categoricamente que o coronavírus pudesse ter escapado de um de seus laboratórios, desmentiu o The Wall Street Journal, que afirmou que três pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan, cidade que foi o epicentro da epidemia, sofreram de uma doença semelhante à covid que exigiu tratamento hospitalar em novembro de 2019.


Vacinas no Japão 

Além do balanço sanitário, "cerca de 500 milhões de empregos foram destruídos", disse Guterres. "Os mais vulneráveis são os que mais sofrem, e temo que isso esteja longe de terminar".


O secretário-geral da ONU pediu ao G20 que crie um grupo de trabalho de partes interessadas sobre vacinas, alertando que novos surtos poderiam "desacelerar a recuperação econômica global".


Na Ásia, a Índia, onde o coronavírus tira muito mais vidas do que o anunciado oficialmente, tornou-se o terceiro país a ultrapassar 300.000 mortes por covid depois dos Estados Unidos e do Brasil, e as infecções já ultrapassam 26,7 milhões.


A apenas dois meses dos Jogos Olímpicos de Tóquio (23 de julho a 8 de agosto), o Japão inaugurou nesta segunda-feira os dois primeiros grandes centros de vacinação contra o coronavírus, com o objetivo de acelerar a campanha de imunização, cuja lentidão é muito criticada.


Apenas 2% dos quase 125 milhões de habitantes do Japão receberam até o momento as duas doses da vacina, contra 40% da população dos Estados Unidos.


Washington aconselhou seus cidadãos nesta segunda-feira a não viajarem ao Japão devido à situação de saúde.

 

Passaporte sanitário 

Malta é o caso oposto. O menor país da UE (apenas 500 mil habitantes) é o que mais vacinou: nesta segunda-feira, 70% da população já terá recebido a primeira dose e o seu governo estima que foi alcançada a "imunidade de rebanho".


A União Europeia (UE), cujas fronteiras externas estão fechadas desde março de 2020 para viagens "não essenciais", pretende estabelecer em 9 de junho - segundo a França - a lista de países de fora do bloco cujos cidadãos totalmente vacinados poderão entrar livremente no bloco.


Além desta "lista verde", serão estabelecidas listas mais restritivas - "laranja" e "vermelha". Esta última inclui atualmente Brasil, Argentina e Índia.


No Chile, o presidente Sebastián Piñera anunciou a implementação de um passe de mobilidade destinado aos que receberam duas doses de uma vacina contra a covid-19.


O passe, que será digital, permitirá que os beneficiários possam se deslocar com liberdade dentro e fora de localidades em quarentena.


Israel estuda acabar com a maioria das restrições vinculadas ao coronavírus no início de junho, informou o ministério da Saúde.


Mas as restrições impostas aos viajantes que chegam a Israel serão mantidas e o ministério cogita inclusive reforçá-las para evitar a entrada de variantes de covid-19.


Israel iniciou uma grande campanha de vacinação no fim de dezembro. Mais de cinco milhões dos 9,3 milhões de israelenses (55% da população) receberam as duas doses da vacina.


A Espanha, por sua vez, decidiu receber turistas do Reino Unido a partir desta segunda-feira sem teste de PCR, assim como os da Austrália, China, Coreia do Sul, Israel, Japão, Nova Zelândia, Ruanda, Cingapura, Tailândia, Macau e Hong Kong, e a partir de junho 7, pretende receber "todas as pessoas vacinadas", independentemente de sua nacionalidade.


Enquanto isso, as empresas de cruzeiros Carnival, Norwegian Cruise Line e Royal Carribean, oficializaram sua intenção de retomar as viagens dos portos norte-americanos em julho ou agosto.


No Haiti, as autoridades decretaram estado de emergência sanitária por oito dias, com toque de recolher e uso de máscaras em locais públicos, devido ao aumento do número de casos de covid-19 após a detecção das variantes inglesa e brasileira.


E na Cidade do México, cerca de 3.000 alunos protestaram contra a decisão do governo de retomar as aulas em 7 de junho, sem que os alunos ainda tivessem sido vacinados contra a covid-19. 

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