Um tribunal nicaraguense ordenou nesta segunda-feira (7/6) a prisão preventiva por 90 dias do candidato presidencial Arturo Cruz, investigado pela promotoria por crimes de "provocação" e "conspiração" contra o país, informou o Ministério Público.
O Quinto Tribunal Criminal Distrital de Manágua tomou esta decisão em resposta a uma solicitação da promotoria, que exigia mais tempo para investigar Cruz pelo "crime de provocação, proposição e conspiração para minar a integridade nacional".
A promotoria solicitou prisão preventiva porque "há uma probabilidade de que a pessoa sob investigação possa obstruir o processo", acrescentou o órgão em um comunicado.
Cruz, um ex-diplomata e acadêmico de 67 anos, foi detido no aeroporto de Manágua no sábado ao retornar dos Estados Unidos.
As acusações contra Cruz, que anunciou a intenção de se candidatar há dois meses, estão contempladas na Lei de Defesa dos Direitos do Povo e da Soberania, aprovada em dezembro.
Cruz é o segundo candidato à presidência a ser preso, após a prisão domiciliar, em 2 de junho, de Cristiana Chamorro, filha da ex-presidente Violeta Barrios de Chamorro, acusada do crime de lavagem de dinheiro por meio da fundação que leva o nome de sua mãe.
Chamorro, de 67 anos, que não é filiada a nenhum partido, expressou sua intenção de representar a oposição como única candidata em janeiro.
As pesquisas de opinião indicam que, entre uma dezena de candidatos ao cargo, Chamorro é a que mais obtém o apoio dos cidadãos depois do presidente Daniel Ortega, há 14 anos no poder e que, segundo seus adversários, buscará um quarto mandato consecutivo nas eleições de 7 de novembro.
A vice-presidente Rosario Murillo, em seu discurso à imprensa afiliada ao governo, sem mencionar os nomes ou o processo penal, chamou os opositores de "filhos maus" da Nicarágua.
“Não vamos permitir que se perpetue, que se continue querendo roubar os direitos do povo porque é um roubo (...) fingir cortar sua soberania em troca de dinheiro ruim, e coisas ruins têm um final ruim", disse Murillo.
A Aliança Cidadã pela Liberdade (CXL-direita), que surge como a opção da oposição para enfrentar a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN-esquerda), rejeitou as ações contra os candidatos presidenciais.
A presidente do CXL, Kitty Monterrey, disse aos jornalistas que “chegamos à conclusão de que Ortega não vai parar e possivelmente continuará tentando afastar qualquer (candidato) que se oponha a ele, mas continuaremos lutando. Se nos tiram candidatos, vamos substituí-los".
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