França

Homem dá tapa na cara de Macron

Correio Braziliense
postado em 08/06/2021 21:45
 (crédito: Philippe Desmazes/AFP)
(crédito: Philippe Desmazes/AFP)

Estrategicamente misturado a um grupo de pessoas, um homem deu um tapa na cara do presidente da França, Emmanuel Macron, ontem à tarde, durante uma visita a Tain-l’Hermitage, no departamento de Drôme. Assessores evocaram “uma tentativa de agressão”. O presidente prosseguiu normalmente com a agenda. O episódio foi condenado pela classe política do país, onde a tensão aumenta cada vez mais à medida que se aproximam as eleições presidenciais de 2022.
Imagens de um vídeo postado no Twitter mostram quando Macron se aproxima de uma pequena aglomeração que o aguardava em frente a uma escola secundária. O presidente fala com um homem, que agarra seu antebraço e parece dar um tapa nele. No mesmo vídeo, pouco antes do ataque, é possível ouvir grito de guerra monarquista “Montjoie Saint Denis!” e também “Abaixo a macronia!”
Mais tarde, Macron descreveu o incidente como uma exceção, cometida, segundo ele, por “indivíduos ultraviolentos”. “Não quero que indivíduos isolados ou pessoas que caem no extremismo consigam apagar, de alguma forma, tudo o que foi alcançado”, disse ao jornal Le Dauphiné. A um ano das eleições, o presidente iniciou, na semana passada, um giro pelo país.

Prisões

Dois homens, ambos de 28 anos, sem antecedentes criminais, foram presos, informou o promotor Alex Perrin, que garantiu que suas motivações eram desconhecidas até aquele momento. Um dos detidos seria o agressor. Não foram divulgadas as identidades dos suspeitos, interrogados pela brigada da gendarmaria de Tain-L’Hermitage”, disse, sem dar informação sobre a identidade da dupla.
As reações não tardaram. O primeiro-ministro Jean Castex tomou a palavra na Assembleia Nacional para condenar o ocorrido. “A política não pode ser a violência, a agressão verbal e menos ainda a agressão física”, ressaltou Castex.
Também a oposição condenou o ataque. “É inadmissível agredir fisicamente o presidente da República, os líderes políticos, mas ainda mais o presidente”, declarou Marine Le Pen, candidata de extrema direita à Presidência. “Solidarizo-me com o presidente”, disse o candidato de esquerda Jean-Luc Mélenchon.
Minutos antes de ser agredido, Emmanuel Macron havia feito um apelo aos franceses para “que todos respeitem e se acalmem para não enfraquecer a democracia”. Ataques físicos a presidentes são raros na França. O mais sério nas últimas décadas remonta a 2002, quando um militante de extrema direita tentou matar Jacques Chirac a tiros durante a parada militar em 14 de julho.

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