A Alemanha rejeitou, nesta quarta-feira (9/6), as exigências de indenização de namibianos dias após o histórico reconhecimento do genocídio cometido durante a época colonial, e a criação de um fundo de ajuda de 1,1 bilhão de euros.
Países invadidos pela Alemanha durante o regime nazista, que sofreram massacres na II Guerra Mundial, exigiram indenizações no passado, reconheceu o ministro das Relações Exteriores Heiko Maas, em uma audiência no Parlamento alemão.
Mas o caso da Namíbia se baseia em um acordo "exclusivamente voluntário", explicou.
"Não existe base legal sobre a qual este pagamento pode se basear", porque "não é comparável com um tema de indenizações" como aconteceu posteriormente.
A Namíbia foi colonizada pela Alemanha entre 1884 e 1915. Os colonos alemães mataram dezenas de milhares de integrantes das etnias herero e nama em massacres perpetrados entre 1904 e 1908, considerados por vários historiadores como o primeiro genocídio do século XX.
A Alemanha reconheceu esses fatos em 28 de maio, e anunciou esse fundo de 1,1 bilhão de euros (1,34 bilhão de dólares), mas em conceito de ajuda ao desenvolvimento e à reconstrução.
Representantes dos herero e nama mostraram recentemente sua indignação com o resultado e se queixaram de não terem sido convidados para as negociações.
A vice-ministra de Saúde namibiana, Esther Muinjangue, ex-diretora da Fundação pelo Genocídio dos Herero, criticou Berlim por não indenizar diretamente as famílias dos descendentes.
O acordo ainda deve ser aprovado pelo parlamento namibiano.
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