Emma Coronel, casada com o narcotraficante mexicano Joaquín Guzmán, conhecido como "El Chapo", confessou ter ajudado o marido em suas operações de tráfico de drogas.
Coronel, de 31 anos, foi presa em fevereiro no aeroporto de Washington, acusada de colaborar nos negócios criminosos de Guzmán.
Ela foi acusada de conspiração para contrabandear cocaína, metanfetamina, heroína e maconha para os Estados Unidos.
Ao se declarar culpada, a esposa de El Chapo poderia ter sua pena reduzida.
Durante anos, Joaquín Guzmán foi o chefe do Cartel de Sinaloa, um dos grupos criminosos mais violentos e conhecidos do México. Segundo as autoridades americanas, o grupo era o principal fornecedor de drogas ilegais para os Estados Unidos.
Guzmán, 64, foi condenado à prisão perpétua em 2019. Ele cumpre a pena em uma prisão de segurança máxima no Colorado.
Vestida com um macacão verde e uma máscara branca, Emma Coronel compareceu a uma audiência perante o juiz distrital Rudolph Contreras, e lá se declarou culpada de todas as três acusações de conspiração.
Como parte de seu acordo judicial, ela também admitiu ter conspirado para ajudar seu marido a escapar de uma prisão mexicana em 2015.
Ela pode ser condenada à prisão perpétua por acusação de tráfico de drogas. As outras duas acusações contra ela acarretam penas máximas de 20 e 10 anos de prisão, respectivamente.
Quem é Emma Coronel
Emma Coronel Aispuro, cidadã do México e dos Estados Unidos, conheceu Guzmán quando ela tinha 17 anos. Eles se casaram logo depois.
Ela trabalhou como modelo, ganhando concursos de beleza, e também estudou Jornalismo. De acordo com entrevistas publicadas anteriormente pela mídia norte-americana, ela disse que conheceu "El Chapo" em um baile quando tinha 17 e ele, 49.
O casal tem dois filhos gêmeos, María Joaquina e Emali. Durante o julgamento de seu marido, Coronel compareceu ao tribunal quase todos os dias.
Segundo as acusações, ela alcançou uma posição de poder na empresa criminosa de seu marido.
Cecilia Farfán-Méndez, acadêmica da Universidade da Califórnia, em San Diego, disse à BBC que, mesmo com um papel incomum, Coronel "demonstrou que as mulheres podem ocupar cargos de poder".
Pouco antes de ser presa, ela planejou lançar uma linha de roupas com o nome "El Chapo Guzmán" em uma tentativa de capitalizar a fama do marido.
O Ministério Público dos EUA garante que Coronel ajudou Guzmán a traficar drogas ilegais entre 2012 e 2014, enviando mensagens a contatos na rede de tráfico, trabalho que ela teria continuado a fazer depois que o marido foi preso em 2014.
Ela também é acusada de desempenhar um papel-chave na notória fuga do traficante de uma prisão mexicana em 2015.
Sobre sua vida atrás das grades, seu advogado, Mariel Colón Miro, disse que Coronel gosta de ler romances para matar o tempo.
Ao longo do julgamento de El Chapo, Coronel mostrou seu apoio ao marido. "Não conheço meu marido como a pessoa que eles estão tentando retratar, mas o admiro como o ser humano que conheci e com quem me casei."
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