Combustíveis

Demanda mundial de petróleo vai superar nível pré-pandemia no fim de 2022

A expectativa é que a demanda cresça para 99,5 de barris por dia de média em 2022

Correio Braziliense
postado em 11/06/2021 08:00 / atualizado em 11/06/2021 10:03
 (crédito: Petrobras/Divulgação)
(crédito: Petrobras/Divulgação)

Paris, França - A demanda mundial de petróleo vai superar os níveis prévios à pandemia no fim de 2022, em contradição com os esforços necessários para limitar o aquecimento do planeta, anunciou a Agência Internacional de Energia (AIE).

"A demanda mundial de petróleo vai continuar se recuperando e até o fim de 2022 superará os níveis anterior à covid", afirmou a instituição em um relatório que detalha as previsões para o próximo ano. Após um retrocesso recorde de 8,6 milhões de barris por dia (mbd) em 2020, a demanda mundial deve aumentar em 5,4 mbd este ano e em 3,1 mbd em 2022, quando alcançará 99,5 mbd de média.

No último trimestre de 2022, a demanda deve atingir 100,6 mbd, segundo a AIE. O pico mundial até o momento foi registrado no quarto trimestre de 2019, com 100,5 mbd, antes da pandemia.

"A recuperação será desigual tanto entre as regiões como entre os setores e produtos", aponta o relatório. A agência considera que, apesar do fim da pandemia estar no horizonte dos países desenvolvidos, a lentidão das campanhas de vacinação pode afetar a recuperação em outras nações.

"Os produtos petroquímicos se beneficiarão da forte demanda de plásticos, enquanto o comércio mundial apoiará a demanda de combustíveis marítimos", completa o relatório.

"Mas o setor da aviação será o mais lento na recuperação, pois algumas restrições às viagens devem seguir em vigor até que a pandemia esteja firmemente sob controle".

A organização também espera que a gasolina continue abaixo do nível prévio à crise, consequência da continuidade do trabalho à distância em vários setores e do aumento da participação no mercado dos veículos elétricos.

"Responder ao crescimento esperado da demanda não deve representar um problema", afirma a agência, que destaca as capacidades de produção adicionais dos países da OPEP e seus aliados.

Estes países, reunidos no grupo OPEP+, limitaram sua produção para apoiar os preços do petróleo durante a crise, mas agora começam a retomar as operações com 2 mbd adicionais.

A agência calcula que os países da OPEP+ poderão produzir até 6,9 mbd a mais e, caso as sanções internacionais contra o Irã sejam retiradas, o mercado teria outros 1,4 mbd. A AIE, no entanto, destaca novamente as dificuldades para alcançar a neutralidade de carbono no mundo e limitar o aquecimento global.

"A demanda de petróleo deve continuar aumentando, ressaltando os enormes desafios necessários para alcançar as ambições declaradas", afirma o relatório.

A agência, que aconselha os países desenvolvidos, destacou em um documento publicado em maio os esforços necessários para manter a mudança climática sob controle, como exige o Acoro de Paris sobre o clima.

A organização defende o abandono de qualquer projeto de prospecção de petróleo ou gás e a suspensão da venda de novos veículos com motores a combustão a partir de 2035.

Isto implicaria que a demanda de petróleo não supere nunca o pico de 2019, pois cairia gradualmente a 72 mbd em 2030 e a 24 mbd em 2050, calculou a AIE em maio.

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