Luto

Canadá presta homenagem à família morta em atentado com caminhonete

Muitas pessoas usavam fitas verdes, em apoio à comunidade muçulmana, ou violetas, a cor favorita de Yumna

Agência France-Presse
postado em 12/06/2021 20:01
 (crédito: IAN WILLMS / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)
(crédito: IAN WILLMS / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)

Várias centenas de pessoas se reuniram em Ontário, no Canadá, neste sábado (12) para homenagear uma família muçulmana deliberadamente atropelada pelo motorista de uma caminhonete, em um ataque que chocou os canadenses e que o primeiro-ministro Justin Trudeau classificou como "terrorista".

Quatro membros da família Afzaal - um homem e sua esposa, sua filha adolescente e sua mãe - estavam passeando em seu bairro na cidade de London no domingo, quando um homem de 20 anos em uma caminhonete preta os atropelou de propósito, de acordo com as autoridades.

Um quinto membro da família, um menino de nove anos, ficou gravemente ferido. No sábado, centenas de pessoas lotaram um grande estacionamento e um campo de futebol próximo ao centro islâmico de London, onde foi realizada uma cerimônia privada, um tributo público em torno dos quatro caixões da família, cada um coberto com uma bandeira canadense.

"O próprio fato de seus caixões estarem envoltos na bela bandeira canadense é um testemunho do fato de que toda a nação canadense está com eles", disse o embaixador do Paquistão no Canadá, Raza Bashir Tarar, à multidão.

A cerimônia pública, com breves declarações e orações, foi transmitida ao vivo pelas principais redes de televisão canadenses.

O cortejo fúnebre seguiu para um cemitério - enquanto as pessoas marcavam o caminho em uma demonstração de solidariedade - para o enterro privado de Salman Afzaal, 46, sua esposa Madiha, 44, sua filha Yumna, 15, e a mãe de Salman, Talat, 74.

Muitas pessoas usavam fitas verdes, em apoio à comunidade muçulmana, ou violetas, a cor favorita de Yumna.

O ataque abalou profundamente a comunidade muçulmana e outros canadenses. Inúmeras vigílias e solenidades ocorreram em todo o país nos últimos dias.

O episódio alimentou o debate sobre a prevalência da islamofobia no Canadá e, dentro da comunidade muçulmana, aumentou o temor de que sinais externos de afiliação religiosa possam tornar uma pessoa um alvo.

Em uma entrevista à rede CBC, o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, disse que o atentado chocou seu país. Ele exortou a comunidade internacional a agir contra "sites de ódio que criam ódio entre os seres humanos".

Nathaniel Veltman, de 20 anos, que não tem ficha criminal e nenhuma ligação conhecida com qualquer grupo extremista, foi acusado pelo ataque com quatro acusações de homicídio em primeiro grau e uma de tentativa de homicídio.

A polícia, que afirma que o ataque foi planejado e motivado pelo ódio, não descartou a inclusão de acusações relacionadas ao terrorismo. Trudeau prometeu intensificar a luta contra grupos extremistas.

Deputados canadenses adotaram uma resolução não vinculativa, apresentada pelo Novo Partido Democrático (esquerda), convocando uma cúpula nacional sobre a islamofobia neste verão, conforme foi reivindicado por muitas organizações muçulmanas.

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