Pouco mais de 48 horas depois de o governo de unidade nacional encabeçado pelo primeiro-ministro, Naftali Bennett, suceder Benjamin Netanyahu no poder, Israel voltou a bombardear a Faixa de Gaza. “Eu estava literalmente meio sonolento quando escutei um míssil israelense cair do lado de fora. Pensei que fosse um pesadelo. Drones israelenses estão preenchendo o ceú e zumbnindo tão alto”, escreveu no Twitter o jornalista palestino Omar Ghraieb, às 19h25 de ontem (1h25 em Gaza). A aviação israelense realizou os ataques aéreos em resposta ao lançamento de balões incendiários a partir do território palestino em direção ao sul de Israelm de acordo com fontes de segurança palestinas e testemunhas.
Por meio de um comunicado, as Forças de Defesa de Israel (IDF, pela sigla em inglês) confirmaram que atacaram complexos do movimento fundamentalista islâmico Hamas, o qual controla a Faixa de Gaza. Os militares se disseram “prontos para todos os cenários, incluindo a retomada dos combates em face dos contínuos atos terroristas vindo de Gaza”.
Os ataques aéreos e o lançamento de balões foram os primeiros grandes incidentes entre Israel e Gaza desde o cessar-fogo de 21 de maio, que encerrou 11 dias de intensos combates que deixaram 260 mortos no lado palestino e 13 do lado israelense.
De acordo com fontes palestinas, a aviação israelense teve como alvo pelo menos um local a leste de Khan Younis, uma cidade ao sul da Faixa de Gaza — o enclave empobrecido onde vivem 2 milhões de pessoas. Cerca de mil apartamentos, escritórios e lojas foram destruídos na última guerra com Israel, a quarta desde 2008. Um fotógrafo da agência France-Presse observou as explosões de longe.
Os ataques e o lançamento de balões incendiários, que causaram cerca de 20 focos de incêndios no sul de Israel ocorrem após uma manifestação de nacionalistas e da extrema-direita que reuniu mais de mil pessoas na terça-feira. Os Estados Unidos e a ONU pediram moderação em face dessa polêmica demonstração que o novo governo israelense de Bennett havia autorizado.
Hamas ameaçou Israel com retaliação se a marcha para comemorar a anexação de Jerusalém Oriental, um setor palestino da cidade ocupada por Israel em 1967, entrasse nos bairros muçulmanos da cidade.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.