O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, condenou nesta segunda-feira (21) a morte de 14 pessoas no sábado passado na cidade de Reynosa (fronteira norte com os Estados Unidos), em ataques nos quais foram mortos cinco supostos pistoleiros.
"Fatos lamentáveis em Reynosa, (estado de) Tamaulipas, custaram a vida de pessoas inocentes, 14 pessoas inocentes porque tudo indica que não foi um confronto", disse o presidente em sua habitual coletiva matinal.
Os fatos ocorreram quando um comando atirou, em vários pontos de Reynosa, "em gente que não estava em situação de confronto", acrescentou López Obrador.
Desde 2017, essa e outras localidades de Tamaulipas são cenário de enfrentamentos entre narcotraficantes pelo controle do tráfico de drogas, segundo as autoridades.
"É um ataque covarde que tira a vida de pessoas inocentes", destacou o presidente, que pediu que as investigações sejam assumidas pela Procuradoria Geral.
Pela tarde, em comunicado, a Procuradoria Geral informou que assumiu o caso e confirmou que durante os ataques um indivíduo foi preso. O suspeito, que foi capturado com "uma arma de uso exclusivo do exército", irá se apresentar perante um juiz.
Os atentados foram executados em diferentes bairros de Reynosa por pistoleiros que viajavam em vários veículos, informou neste domingo um grupo que coordena as forças de segurança de Tamaulipas.
Agentes da polícia mataram cinco supostos pistoleiros, disseram autoridades estatais.
"Ao ser localizados, os indivíduos opuseram resistência e agrediram o pessoal da polícia, que repeliu a agressão", informou o Grupo de Coordenação Estatal para a Construção da Paz em Tamaulipas.
Fernando Ruiz Flores, de 19 anos e que acabara de se formar técnico de enfermagem, foi uma das vítimas. Ele trabalhava em uma empresa que instala sistemas de drenagem.
"Pelo que conta meu padrasto, Jesús, meu irmão foi morto a sangue frio", declarou Olga Ruiz em entrevista por telefone com a AFP.
O jovem e seu padrasto trabalhavam em uma rua quando "ouviram os tiros à distância", contou a irmã do falecido.
O padrasto conseguiu se proteger em uma casa, mas seu filho, não.
"Estavam prestes a entrar (na mesma casa), mas não deu tempo, as caminhonetes chegaram e pararam na frente deles", e depois de insultá-los, "nada além disso, sacaram as armas e começaram a atirar neles", acrescentou a mulher.
Mais de 300.000 pessoas foram assassinadas no México desde que, em dezembro de 2006, o governo federal lançou uma polêmica operação militar antidrogas, segundo cifras oficiais.
A maioria dos assassinatos é atribuída a disputas entre grupos criminosos.
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