Seul, Coreia do Sul - A influente irmã do líder norte-coreano Kim Jong Un afirmou nesta terça-feira (22/6) que Washington tem expectativas "equivocadas" a respeito do diálogo com Pyongyang e que teria que enfrentar uma grande "decepção", informou a imprensa estatal.
Os comentários de Kim Yo Jong aconteceram após declarações de Jake Sullivan, conselheiro para Segurança Nacional do presidente americano Joe Biden. De acordo com o assessor da Casa Branca, a reação do dirigente norte-coreano à recente revisão da abordagem de Washington às relações com Pyongyang representa um "sinal interessante".
A administração do presidente Biden prometeu uma abordagem prática e equilibrada, baseada nos esforços diplomáticos, para convencer a empobrecida Coreia do Norte a abandonar seus programas armamentistas e de mísseis balísticos, que são proibidos.
Em resposta, Kim Jong Un declarou na semana passada que Pyongyang deveria estar preparada tanto para o diálogo como para o confronto com os americanos.
Washington considerou os comentários interessantes, afirmou Sullivan em uma entrevista ao canal ABC News. Também disse que o governo dos Estados Unidos "vai esperar para ver se eles são acompanhados por algum tipo de comunicação mais direta conosco sobre um possível caminho a seguir".
Porém, Kim Yo Jong - conselheira importante do irmão - deu a entender que descarta a expectativa de uma retomada em breve das negociações.
Estados Unidos parecem estar buscando "conforto para si mesmos", afirmou em um comunicado, divulgado pela agência de notícias oficial KCNA.
De acordo com a irmã do dirigente norte-coreano, Washington tem expectativas "equivocadas", que "provocariam uma decepção ainda maior".
O representante especial dos Estados Unidos para a Coreia do Norte declarou na segunda-feira, durante uma visita a Seul, que Washington estava disposto a uma reunião com Pyongyang "em qualquer lugar, a qualquer hora, sem condições prévias".
Horas antes da divulgação do comunicado de Kim Yo Jong, o enviado americano, Sung Kim, se reuniu com o ministro sul-coreano da Unificação e reiterou a vontade do governo de Joe Biden de conversar com a Coreia do Norte.
No fim de semana, o governo de Pyongyang admitiu que enfrenta uma crise alimentar, o que provocou alarme em um país com um setor agrícola moribundo e que há muitos anos enfrenta dificuldades para atender por conta própria as necessidades do país.
A escassez na Coreia do Norte foi agravada pelo isolamento autoimposto no país para evitar a entrada do coronavírus e a redução do comércio com a China, seu principal apoio econômico.
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