A Rússia denunciou “com firmeza” ao embaixador britânico as “ações perigosas” de um contratorpedeiro britânico na costa da Península Crimeia, contra o qual Moscou afirma ter disparado tiros de advertência por estar em águas russas do Mar Negro. A tensão entre Londres e Moscou aumentou, depois que o Ministério das Relações Exteriores da Rússia convocou a embaixadora do Reino Unido na capital russa, Deborah Bonnert, para consultas. A Rússia afirma ter disparado tiros de advertência contra o HMS Defender, na quarta-feira, perto da Crimeia. No entanto, Londres negou a informação.
“No caso de tais provocações acontecerem novamente, toda a responsabilidade por suas possíveis consequências será inteiramente do lado britânico”, acrescentou o comunicado da chancelaria russa. Por sua vez, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, usou um tom mais ameaçador. “Podemos apelar ao bom senso, exigir respeito ao direito internacional e, se isso não funcionar, podemos bombardear”, advertiu.
De acordo com o governo russo, o HMS Defender ignorou os avisos e, portanto, dispararam tiros de aviso. Uma aeronave Su-24 realizou um “ataque preventivo ao longo” do trajeto da embarcação. O Ministério da Defesa do Reino Unido nega que tiros de alerta tenham sido disparados contra o contratorpedeiro britânico e assegura que “a alegação de que bombas foram lançadas em seu caminho” é falsa. Londres afirma que seu navio fazia “uma viagem inocente pelas águas territoriais ucranianas”. A Rússia considera a Península da Crimeia território de sua propriedade.
O incidente ocorre poucos dias antes das manobras Sea Breeze 2021, que ocorrerão de 28 de junho a 10 de julho, no Mar Negro, e envolverão os Estados Unidos, outros países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a Ucrânia.
União Europeia
Lançada por França e Alemanha, a ideia de promover a retomada do diálogo com a Rússia se tornou um dos temas de difícil acordo para a cúpula de líderes da União Europeia (UE) que começou ontem. Um rascunho das conclusões dessa cúpula, negociado por diplomatas e ao qual a agência France-Presse teve acesso, menciona a necessidade de dialogar com a Rússia sobre questões de interesse comum, mas o documento continha numerosos parágrafos entre parênteses, indicando a falta de consenso.
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