Pela primeira vez, cientistas detectaram ondas gravitacionais causadas por fusões entre buracos negros e estrelas de nêutrons. Pesquisadores dos observatórios Ligo (nos EUA), Virgo (na Itália) e Kagra (no Japão) detectaram os dois eventos, distantes mais de 900 milhões de anos-luz, em um período de 10 dias, em janeiro de 2020. O fenômeno foi descrito na revista Astrophysical Journal Letters.
Duas teorias principais sugerem como estrelas de nêutrons e buracos negros podem se fundir — uma começando com duas estrelas já orbitando uma a outra, e a seguinte começando com explosões de supernovas não relacionadas. Embora as fusões anunciadas ontem ofereçam dicas sobre suas origens, os cientistas esperam encontrar mais informações em observações subsequentes.
“Há muito tempo que esses sistemas elusivos estão ausentes do retrato de família de binários compactos”, disse Richard O’Shaughnessy, um dos autores do estudo. “Agora que vemos toda a família, podemos usar esse retrato para tentar entender suas relações e linhagem. Por exemplo, pelo menos uma das estrelas de nêutrons nesses objetos é relativamente grande, em comparação com estrelas de nêutrons encontradas antes. Isso pode ser uma pista de como as explosões cósmicas funcionam e como esses objetos se formam.”
Os cientistas não observaram equivalentes de ondas eletromagnéticas às ondas gravitacionais causadas pelos eventos, apesar das observações de acompanhamento de vários observatórios. No entanto, isso também é algo que os cientistas procurarão durante futuras corridas de observação.
“Essa descoberta é muito emocionante, não só porque confirma a existência de binários de estrela de nêutrons de buraco negro, mas também porque esses binários são fontes potenciais de explosões de raios gama extremamente intensas”, disse Yosef Zlochower, pesquisador que desenvolve simulações usadas para comparar com sinais de ondas gravitacionais. “Isso leva à possibilidade real de futuras observações combinadas de ondas gravitacionais e eletromagnéticas dessas fontes.”
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