Seis meses após o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos por apoiadores de Donald Trump, o presidente Joe Biden pediu ao Congresso que investigasse o incidente, que chamou de "crise existencial" para a democracia.
"Nem mesmo durante a Guerra Civil os insurgentes violaram nosso Capitólio, a cidadela de nossa democracia", disse Biden em um comunicado. "Mas hoje faz seis meses que os insurgentes fizeram isso."
"Não foi dissidência. Foi desordem. Isso impôs uma crise existencial e um teste de sobrevivência à nossa democracia, um triste lembrete de que nossa democracia não está garantida", declarou Biden, em referência ao ataque de 6 de janeiro que pretendia interromper uma sessão do Legislativo para certificar sua vitória eleitoral sobre o então presidente Trump.
Biden pediu que "pessoas de boa vontade e coragem" investiguem o motim e suas origens, além de exotar democratas, republicanos e independentes a trabalharem juntos.
A presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, anunciou no mês passado uma comissão especial para investigar o ataque ao Capitólio, depois que os republicanos do Senado bloquearam uma proposta de criação de um comitê de inquérito independente, semelhante à comissão do 11 de setembro, alegando que as investigações existentes, do Congresso e das forças de segurança, eram suficientes.
A nova comissão especial, que terá como objetivo centralizar esses múltiplos comitês, terá competência para convocar testemunhas e documentos, embora corra o risco de ser vista como partidária.
Trump fez um discurso para seus seguidores durante uma manifestação em frente à Casa Branca em 6 de janeiro, antes que grande parte da multidão marchasse até o Capitólio e invadisse o prédio durante a sessão destinada a certificar Biden como presidente.
Trump havia denunciado, repetidamente e sem provas, uma fraude eleitoral que teria lhe roubado a vitória.
O ataque incrivelmente violento e caótico deixou cinco mortos, incluindo um policial da sede do Congresso.
A Câmara dos Representantes submeteu Trump a um processo de impeachment - o segundo de seu mandato - pelo ataque, acusando-o de instigar o ato, mas ele foi absolvido pelo Senado.
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