Manawa

Mais de 100 reféns civis são libertados após 42 dias de cativeiro na Nigéria

Em dezembro passado, o governo de Zamfara negociou a libertação de 344 jovens sequestrados por bandidos em um internato localizado no estado vizinho de Katsina

Agência France-Presse
postado em 21/07/2021 09:55 / atualizado em 21/07/2021 09:55
 (crédito: KOLA SULAIMON/AFP)
(crédito: KOLA SULAIMON/AFP)

Uma centena de civis sequestrados no começo de junho por homens armados na cidade de Manawa, noroeste da Nigéria, foram libertados após 42 dias de cativeiro - anunciaram as autoridades do estado de Zamfara.

"Em 8 de junho de 2021, bandidos invadiram a cidade de Manawa e sequestraram 100 habitantes, incluindo mulheres, homens e menores", afirmou a polícia de Zamfara, em um comunicado.

"As vítimas, que estiveram nas mãos dos sequestradores por 42 dias, foram libertadas sem pagamento de resgate", assinala o texto, sem revelar detalhes sobre a operação.

Há anos, o noroeste da Nigéria é cenário da atividade de grupos criminosos que atacam, saqueiam e sequestram a população, roubando seu gado e queimando suas casas.

A violência já deixou mais de 8.000 mortos, segundo um relatório de maio de 2020 do International Crisis Group (ICG), uma ONG especializada na resolução e na prevenção de conflitos armados internacionais.

Os criminosos se refugiam na floresta de Rugu, que se estende pelos estados de Níger, Katsina, Kaduna e Zamfara.

As autoridades de Zamfara negociam há mais de um ano acordos de anistia, em troca da entrega de armas.

Uma fonte próxima às negociações disse à AFP que os criminosos aceitaram libertar os civis na segunda-feira (19/7), depois que a polícia e as autoridades locais garantiram "que não tomariam qualquer ação contra eles após o sequestro".

Em dezembro passado, o governo de Zamfara negociou a libertação de 344 jovens sequestrados por bandidos em um internato localizado no estado vizinho de Katsina.

Sequestro de estudantes


O Exército reforçou seu efetivo e enviou aviões de combate para a região, com o objetivo de acabar com a violência dos "bandidos", que se tornaram sequestradores de estudantes em massa em troca do pagamento de resgate.

A cada vez libertação de reféns, as autoridades negam terem pago resgate. Sem acreditar na versão oficial, especialistas em segurança alertam que essa prática pode levar ao aumento dos sequestros em regiões assoladas pela extrema pobreza e com pouca segurança.

Desde o início de dezembro, mais de mil crianças, adolescentes e estudantes foram levados como reféns em uma dezena de ataques de grande envergadura. Alguns deles permanecem em cativeiro.

A principal motivação dos criminosos é obter recursos, mas alguns deles juraram lealdade a grupos extremistas presentes no nordeste da Nigéria, a centenas de quilômetros.

O presidente Muhammadu Buhari, um ex-general do Exército que está no poder desde 2015, é cada vez mais criticado por seu fracasso em garantir a segurança no país mais populoso da África.

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