O presidente Vladimir Putin afirmou, ontem, que a frota russa é capaz de detectar e destruir qualquer alvo, durante um desfile naval em São Petersburgo no qual ele compareceu.
"Hoje, a frota russa tem tudo para defender a pátria e nossos interesses nacionais de forma infalível. Somos capazes de detectar qualquer alvo inimigo debaixo d'água, na superfície ou no ar e desferir um golpe letal, se necessário", declarou Putin em um discurso televisionado.
Ele afirmou que a Rússia conquistou seu lugar entre as "principais potências marítimas do mundo" ao desenvolver "uma aviação naval eficaz de curto e longo alcance, sistemas de defesa costeira confiáveis e armas hipersônicas de última geração e alta precisão, que são incomparáveis no mundo e continuam a melhorar constantemente e com sucesso".
O discurso foi pronunciado à margem do desfile anual da frota russa no rio Neva, em São Petersburgo, a segunda maior cidade do país.
Em um contexto de fortes tensões com o Ocidente, Putin elogiou em várias ocasiões nos últimos anos as novas armas de seu país, que ele diz serem "invencíveis".
Entre elas, o míssil hipersônico de nova geração Avangard, capaz de atingir velocidade de Mach 27 e mudar de curso e altitude, que entrou em serviço no exército russo em dezembro de 2019, e o Zircon que voa em Mach 7 e foi testado com sucesso em julho.
Outras armas também estão em desenvolvimento, como o míssil hipersônico Kinjal para a Força Aérea e o míssil Burevestnik com propulsão nuclear.
Os mais recentes sistemas de defesa aérea S-500, descritos como "incomparáveis no mundo", também foram testados com sucesso em 20 de julho.
"Somos capazes de detectar qualquer alvo inimigo debaixo d'água, na superfície ou no ar e desferir um golpe letal, se necessário "
Vladimir Putin, Presidente da Rússia
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Macron pressionado
Já na França, a preparação bélica virou um grande problema. As décadas de testes nucleares na Polinésia Francesa afetam o presidente Emmanuel Macron, sob pressão para se desculpar pelos danos causados pela radiação.
Durante sua visita de quatro dias, Macron planeja abordar o legado dos testes nucleares realizados entre 1966 e 1996, enquanto a França desenvolvia suas armas atômicas, bem como discutir o papel estratégico do território do Pacífico Sul e o risco existencial de elevação dos mares que supõe o aquecimento global.
Os moradores do extenso arquipélago de mais de 100 ilhas, localizado a meio caminho entre o México e a Austrália, esperam que Macron peça desculpas e confirme a indenização às vítimas da radiação.
Os testes continuam sendo uma fonte de profundo ressentimento, vistos como um sinal de uma atitude colonialista racista em desprezo pelos ilhéus.
Depois de pousar no sábado, Macron, cuja viagem em 2020 foi adiada devido à pandemia, se reuniu com profissionais da saúde que lutam contra a covid-19 no território semi-autônomo, onde muitos desconfiam das vacinas.
"Quero enviar uma mensagem muito forte para pedir a todos que sejam vacinados", disse ele, acrescentando "quando você é vacinado, está protegido e espalha pouco o vírus, ou pelo menos muito menos".
Macron vai "impulsionar várias medidas concretas" em relação ao legado dos testes nucleares, com a abertura dos arquivos do Estado e indenizações individuais, disse uma fonte da presidência francesa, que pediu para não ser identificada.
As autoridades francesas negaram qualquer ocultação da exposição à radiação em uma reunião no início deste mês com delegados do território semi-autônomo liderado pelo presidente Edouard Fritch.
A reunião aconteceu depois que o site investigativo francês Disclose informou em março que o impacto da chuva radioativa era muito maior do que o reconhecido pelas autoridades.