Costa do Marfim

Presidente da Costa do Marfim se reúne com antecessor e rival após uma década

As eleições degeneraram em uma grave crise que deixou mais de 3.000 mortos, devido à recusa de Gbagbo a reconhecer sua derrota nas urnas.

Agência France-Presse
postado em 27/07/2021 10:08 / atualizado em 27/07/2021 10:10
 (crédito: Issouf SANOGO, Sia KAMBOU / AFP)
(crédito: Issouf SANOGO, Sia KAMBOU / AFP)

O presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, e seu antecessor Laurent Gbagbo reúnem nesta terça-feira (27), pela primeira vez, desde seu duelo na eleição presidencial de 2010, a qual levou a uma violenta crise no país.

Depois de um primeiro contato por telefone no início de julho, este encontro presencial acontecerá hoje, no fim do dia, no palácio presidencial de Abidjan. A expectativa é que seja um novo passo para o apaziguamento da vida política da Costa do Marfim, após o retorno de Gbagbo, em 17 de junho.

"O simples fato de ver Ouattara e Gbagbo juntos é percebido como um ato de apaziguamento e uma imagem forte para os marfinenses em sua busca da paz e da reconciliação nacional", afirma o jornal de oposição Notre Voie em sua edição desta terça.

"O encontro da esperança?", questiona o jornal pró-governo Fraternité Matin, confiante em que esta reunião "abrirá novas perspectivas para uma paz duradoura".

O último encontro entre os dois remonta a 25 de novembro de 2010, durante um debate de mais de duas horas transmitido pela televisão, a poucos dias do segundo turno da eleição presidencial.

Estas eleições degeneraram em uma grave crise que deixou mais de 3.000 mortos, devido à recusa de Gbagbo a reconhecer sua derrota nas urnas.

O ex-presidente terminou sendo preso e levado ao Tribunal Penal Internacional por acusações de crimes contra a humanidade. Foi absolvido.

Com seu retorno à Costa do Marfim, a palavra reconciliação está na boca de todos.

"Laurent Gbagbo mostra um espírito de abertura, de diálogo e de reconciliação", disse à AFP Franck Anderson Kouassi, porta-voz da Frente Popular Marfinense, o partido de Gbagbo.

O governo deu sinal verde para o retorno do ex-presidente ao país, em nome da "reconciliação nacional", dando a entender que se tentará aplicar a pena de 20 anos de prisão em aberto contra Gbagbo.

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