VACINA

Na França, manifestantes vão às ruas contra passaporte de saúde

No início do mês, o presidente francês anunciou a utilização do passaporte de saúde para acesso a diversas atividades culturais e sociais

Agência France Presse
postado em 31/07/2021 17:55
 (crédito: Alain JOCARD / AFP)
(crédito: Alain JOCARD / AFP)

Mais de 200 mil pessoas se manifestaram neste sábado (31/7) em mais de cem cidades francesas contra o passaporte de saúde, no terceiro sábado consecutivo de protestos contra esta medida na França.

De acordo com o Ministério do Interior francês, 204.900 pessoas participaram dos protestos, um aumento em relação aos 110.000 e 160.000 manifestantes em 17 e 24 de julho.

O presidente francês Emmanuel Macron anunciou no dia 12 de julho a utilização do passaporte de saúde para o acesso a inúmeras atividades culturais e sociais, medida aplicada entre o final de julho e o início de agosto.

Cerca de 14.240 pessoas se manifestaram em Paris, onde vários protestos foram convocados e eclodiram confrontos entre manifestantes e forças de segurança.

Antes de uma dessas manifestações, Jérôme Rodrigues, figura conhecida na revolta dos "coletes amarelos", criticou "os membros do governo e da imprensa que vendem a eficácia da vacina, sem que haja comprovação".

Mais de 3.000 policiais foram mobilizados na capital francesa, onde ocorreram incidentes na semana passada na luxuosa avenida Champs Elysées, cujos acessos foram bloqueados neste sábado.

Neste fim de semana, foram convocadas manifestações em cerca de 150 cidades francesas para protestar contra o passaporte de saúde, medida apoiada pela maioria dos franceses, de acordo com as pesquisas.

Frases como "Eu sou o Judas de Macron", "Vacine-me contra o fascismo e o capitalismo" ou "Mídia mentirosa! Queremos a verdade", eram exibidas nas faixas dos manifestantes em Rennes (Bretanha, noroeste), onde cerca de 2.900 pessoas se concentraram no início da tarde.

Mais de 20.000 pessoas protestaram em cidades no sudeste da França, especialmente em Montpellier (8.500) e Nice (6.500).

“Presidente, deputados, senadores, cientistas, jornalistas, são todos covardes”, denunciou uma das faixas de uma dessas manifestações, em que se repetiam proclamações de “liberdade, liberdade”.

Os deputados e senadores franceses finalmente aprovaram no último domingo a lei que estende o uso do passaporte sanitário, que exige a apresentação de um certificado de vacinação com as duas doses ou um teste negativo recente.

Este documento é obrigatório a partir de 21 de julho para acesso a espaços culturais e de lazer, e a partir de 9 de agosto será obrigatório para frequentar bares e restaurante e viajar em aviões e trens de longa distância.

A França, que esta semana ultrapassou 50% da população vacinada, enfrenta um aumento na circulação do coronavírus, com mais de 24.300 casos registrados na sexta-feira.


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