Inundações na Europa

Em cenário 'surreal', Merkel pede mais políticas climáticas

Ao percorrer uma das áreas mais devastadas na Alemanha em função das piores inundações “do século” na Europa Ocidental, a chanceler alemã, Angela Merkel, se surpreendeu com o cenário “surreal” visitado e voltou a associar os estragos às mudanças climáticas. “É uma situação surreal e fantasmagórica. Diria até que o idioma alemão tem dificuldade em encontrar palavras para descrever a devastação que foi causada”, disse. “Não digo que uma inundação seja o exemplo da mudança climática, mas, se observarmos os danos dos últimos anos, são simplesmente maiores que no passado”, prosseguiu.

A chanceler reforçou a necessidade de um “esforço muito grande” para acelerar as políticas climáticas — eventos extremos, como as fortes chuvas regristadas na região, estão, segundo especialistas, ligados ao aquecimento global. O tema ganhou fortes conotações políticas no país, que realizará eleições gerais em 26 de setembro, marcando o fim dos 16 anos de Merkel no poder. Armin Laschet, chefe de governo de Renânia do Norte-Vestfália e favorito na disputa para chanceler, pediu a aceleração no combate à mudança climática. O estado é um dos mais atingidos pelas fortes chuvas e as inundações, que, desde quarta-feira, resultaram na morte de ao menos 159 pessoas no país e outras 31 na Bélgica.

Equipes de resgate dos dois países seguem trabalhando. Ontem, só na cidade de Bonn, onde vivem cerca de 600 mil habitantes, havia mais de 300 pessoas desaparecidas. Angela Merkel prometeu apoio do governo para os municípios alemães afetados pela “tragédia”. O governo pretende criar um fundo especial para atender os danos, cujo custo poderia alcançar bilhões de dólares. Suíça, Luxemburgo e Holanda também foram afetadas, e não houve registro de óbitos.