Turquia

UE envia aviões para conter incêndios na Turquia que já deixaram oito mortos

Dos 130 incêndios que eclodiram em todo país em seis dias, sete ainda estão ativos, informou nesta segunda-feira (2) a Direção de Florestas, um órgão público turco.

Agência France-Presse
postado em 02/08/2021 10:16
 (crédito: AFP)
(crédito: AFP)

A União Europeia (UE) enviou três aviões de combate a incêndios para ajudar a Turquia na luta contra as chamas que devoram o sudoeste do país há seis dias, causando oito mortes e aumentando a pressão sobre o presidente Recep Tayyip Erdogan pela má gestão da crise.

Mobilizados no âmbito do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, dois aviões Canadair da Espanha e um da Croácia foram enviados para ajudar a Turquia.

"A UE é totalmente solidária com a Turquia neste período muito difícil. (...) Nossos pensamentos estão com o povo turco, que perdeu entes queridos, e com os bravos socorristas que fazem seu melhor para combater os incêndios mortais", declarou o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, em um comunicado divulgado no domingo (1º).

Dos 130 incêndios que eclodiram em todo país em seis dias, sete ainda estão ativos, informou nesta segunda-feira (2) a Direção de Florestas, um órgão público turco.

Diante do avanço das chamas que ameaçam as cidades de Antalya, Bodrum e Marmaris (sudoeste), centenas de turistas e moradores foram evacuados de suas casas e hotéis no domingo.

Mais de 1.100 pessoas tiveram de ser evacuadas de barco, informou o prefeito de Bodrum, Ahmet Aras, no domingo, pois era impossível retirá-las por estrada.

Em várias das cidades afetadas, voluntários estão se organizando para ajudar os mais de 4.000 bombeiros mobilizados no local.

Em Marmaris, os voluntários são responsáveis pela coleta e pela distribuição de alimentos e de água, além de cremes antiqueimadura e roupas antifogo.

"Muitos moradores de Marmaris, como eu, não conseguem dormir em paz com esses incêndios. Temos que evitar que nosso futuro queime", disse Evran Ozkan, um voluntário de Marmaris, à AFP.

Outros voluntários estão diretamente envolvidos nos esforços para controlar o fogo.

"Tentamos limpar o terreno, cortamos a grama, limpamos. Também ajudamos os bombeiros a se deslocarem com suas mangueiras na floresta", relatou outro voluntário de Marmaris, Tevfik Kahraman.

A Turquia sofreu os piores incêndios em pelo menos uma década, com cerca de 95.000 hectares queimados até agora em 2021, contra uma média de 13.516 no mesmo período entre 2008 e 2020, de acordo com dados oficiais.

O presidente Recep Tayyip Erdogan foi muito criticado pela crise. Apesar de ser um problema que se agrava em um país que tem um terço de seu território coberto por florestas, a Turquia não possui aviões de combate a incêndios.

O principal partido da oposição, o CHP (Partido Republicano do Povo, social-democrata), censurou o presidente turco por ter desmantelado a infraestrutura de uma organização semipública que contava com este tipo de aeronave.

Antes do anúncio da ajuda da UE, a Turquia já havia usado aviões de Rússia, Ucrânia, Azerbaijão e Irã.

Na vizinha Grécia, dois grandes incêndios devastam a ilha de Rodes e o noroeste da península do Peloponeso. Temperaturas acima de 40ºC são esperadas durante o dia.

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