Com ajuda internacional, bombeiros e voluntários locais continuam lutando nesta quinta-feira (12), sem descanso, contra as chamas que arrasam o norte da Argélia, no primeiro dos três dias de luto nacional decretados em memória dos 69 mortos nestes incêndios agravados por uma onda de calor.
Divulgado na quarta-feira (11), o último balanço oficial de vítimas é de 41 civis e 28 militares mortos neste país do norte da África.
Na cidade de Tizi Uzu (ao leste da capital do país, Argel), onde houve mais mortes, as imagens de um fotógrafo da AFP mostram áreas inteiras de floresta completamente carbonizadas.
Ao voltarem para suas casas, os moradores evacuados da região constatam a magnitude da devastação: "Não sobrou nada. Meu escritório, meu carro, meu apartamento. Até as telhas estão destruídas", conta um deles à AFP.
Seu único consolo é pensar que conseguiu salvar sua família, já que "alguns vizinhos morreram, ou perderam familiares".
"Onda de solidariedade"
As bandeiras estavam hasteadas a meio mastro nesta quinta-feira, depois do decreto três dias de luto nacional sancionado ontem pelo presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune.
A ajuda internacional começou a chegar, como os dois aviões alugados da União Europeia que pousaram hoje no aeroporto da capital, informou a agência de notícias APS.
Na quarta-feira, a França anunciou que enviará dois aviões de combate a incêndios e um avião de comando. Marrocos, o país vizinho com o qual a Argélia tem relações complicadas, disse estar pronto para enviar dois aviões.
Na Argélia, o trauma pelos incêndios é imenso. "Indivíduos e associações se mobilizam sem descanso para organizarem doações de roupa, alimentos, medicamentos e produtos de higiene", segundo o portal TSA, que descreve essa ação como uma "incrível onda de solidariedade".
Os incêndios florestais são comuns no norte da Argélia. Em 2020, cerca de 44.000 hectares de vegetação queimaram.
As autoridades argelinas investigam uma possível origem para os incêndios. Quatro "incendiários" foram detidos, mas as autoridades não divulgaram mais detalhes até o momento.
O calor extremo também prejudica as tarefas de extinção.
A área do Magreb enfrenta uma onda de calor extremo, com temperaturas próximas dos 50°C, que podem se prolongar até o fim de semana, de acordo com diferentes serviços meteorológicos.
Tunísia, vizinha do leste da Argélia, registrou na quarta-feira um recorde absoluto de temperatura no país, 50,3ºC, em Kairouan, no centro.
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