Estados Unidos

Louisiana avalia danos provocados pelo furacão Ida

Os ventos derrubaram árvores e destruíram tetos, assim como deixaram mais de um milhão de moradores, incluindo toda Nova Orleans, sem energia elétrica.

Agência France-Presse
postado em 30/08/2021 12:09 / atualizado em 30/08/2021 12:09
 (crédito: SCOTT OLSON / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
(crédito: SCOTT OLSON / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

A Louisiana se prepara nesta segunda-feira (30) para avaliar a dimensão dos danos provocados pela passagem do furacão Ida, que deixou pelo menos um morto nas proximidades de Nova Orleans e inundou uma grande área da costa do estado da região sul dos Estados Unidos.

Ida chegou no domingo à tarde às costas da Louisiana como furacão de categoria 4, com ventos de até 240 km/h, 16 anos depois da passagem devastadora do furacão Katrina por Nova Orleans, mas perdeu força de maneira gradual e na madrugada desta segunda-feira foi rebaixado para tempestade tropical pelo serviço meteorológico americano.

Os ventos derrubaram árvores e destruíram tetos, assim como deixaram mais de um milhão de moradores, incluindo toda Nova Orleans, sem energia elétrica, segundo o site PowerOutage.US

Uma pessoa morreu na queda de uma árvore na localidade de Prairieville, ao noroeste de Nova Orleans, informaram as autoridades locais.

Às 4H00 locais (6H00 de Brasília), Ida continuava perdendo força, com ventos de 97 km/h, menos violentos do que quando tocou o solo no domingo, 60 km ao sul de Nova Orleans. Os cientistas afirmam que deve prosseguir o deslocamento para o norte e depois leste.

Os riscos de inundações prosseguem e as chuvas torrenciais continuam, especialmente nos estados de Mississippi e Alabama.

Nova Orleans se transformou em uma cidade de janelas com proteção reforçada e casas cercadas por sacos de areia, à espera do furacão, que foi classificado pelas autoridades como "extremamente perigoso".

"Perdemos a energia elétrica em toda a cidade! É hora de permanecer em casa, em locais seguros. Não é o momento de se arriscar do lado de fora", tuitou a prefeita de Nova Orleans, LaToya Cantrell.

O Centro Nacional de Furacões (NHC na sigla em inglês) afirmou que Ida criou uma "situação de perigo de morte" e fez um apelo por "medidas necessárias para proteger vidas e propriedades".

Na cidade de Jean Lafitte, ao sul de Nova Orleans, o prefeito Tim Kernet citou uma "devastação total, catastrófica, com os diques da cidade superados" pelas águas.

"Entre 75 e 200 pessoas estão bloqueadas na reserva de Barataria e os ventos são muito fortes para tentar resgatá-las de barco", disse.

O presidente Joe Biden afirmou que Ida é "uma tempestade que ameaça vidas e segue devastando tudo com que faz contato".

Para o governador John Bel Edwards esta poderia ser a maior tempestade a atingir a Louisiana desde a década de 1850.

"Não há dúvida de que os próximos dias e semanas serão extremamente difíceis", afirmou no domingo, antes de indicar que algumas pessoas deverão permanecer refugiadas por até 72 horas.

"Encontre o local mais seguro de sua casa e fique lá até que a tempestade passe", recomendou no Twitter.

Muitos habitantes respeitaram as advertências das autoridades e fugiram da região dias antes da chegada da tempestade, o que saturou as saídas de Nova Orleans e outras cidades.

Em 2005, o furacão Katrina provocou a inundação de 80% de Nova Orleans, deixou 1.800 mortes e bilhões de dólares em prejuízos.

"Teste importante"

O governador Edwards afirmou que Ida será "um teste importante" para o sistema de prevenção de inundações do estado, que foi ampliado após a passagem do Katrina.

Ele disse que centenas de milhares de moradores abandonaram suas casas.

"A tempestade provoca várias dificuldades, com os hospitais lotados de pacientes de covid-19", afirmou.

O estado do sul dos Estados Unidos, com uma reduzida taxa de vacinação, está entre os mais afetados pelo coronavírus. Com 2.700 internações no sábado, o nível está próximo do mais elevado da pandemia.

Isto dificulta os planos para enfrentar a passagem do furacão e ativar os abrigos.

Os cientistas alertaram para um aumento no número de ciclones fortes à medida que a superfície do oceano aquece devido às mudanças climáticas, o que representa uma ameaça cada vez maior para as comunidades costeiras do mundo.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação