Diplomacia

Chanceler alemã visitará Moscou na próxima sexta

A visita de Merkel também tem como objetivo tranquilizar Kiev a respeito da construção do gasoduto Nord Stream 2, de acordo com o porta-voz da Presidência ucraniana

A chanceler alemã, Angela Merkel, visitará a Rússia na próxima sexta-feira (20/8), e a Ucrânia, no dia 22 - informou seu porta-voz, Steffen Seibert.

Detalhes da viagem serão divulgados na semana que vem, acrescentou o assessor.

A visita de Merkel se dará semanas antes de deixar seu cargo, o que acontecerá após as eleições previstas para 26 de setembro no país.

A última visita da chanceler a Moscou foi em janeiro de 2020, pouco antes da propagação da pandemia da covid-19.

Desde então, as relações bilaterais foram ficando cada vez mais tensas por vários incidentes: da maior mobilização de forças russas para a fronteira com a Ucrânia a uma série de escândalos de espionagem, passando pelo envenenamento do opositor do Kremlin, Alexei Navalny, que foi tratado em Berlim.

Em maio, Merkel pediu, sem sucesso, a retomada dos contatos diretos entre União Europeia (UE) e Moscou.

Uma "Europa soberana deveria estar em condições de defender seus interesses", dialogando com o presidente Vladimir Putin, assim como fez o presidente americano, Joe Biden, afirmou, à época, a chanceler em final de mandato.

Um porta-voz da Presidência ucraniana já havia anunciado, no início desta semana, a visita de Angela Merkel, em breve, a Kiev.

A Alemanha é um dos principais apoios da Ucrânia na crise com a Rússia, marcada, em particular, pela anexação da península da Crimeia por parte de Moscou, em 2014, e por uma guerra com separatistas pró-russos no leste do país. Este confronto deixou pelo menos 13.000 mortos até o momento.

Alemanha e França são os mediadores deste conflito, seguindo o formato da "Normandia". Esperam, com isso, encontrar uma saída para esta guerra.

A visita de Merkel também tem como objetivo tranquilizar Kiev a respeito da construção do gasoduto Nord Stream 2, de acordo com o porta-voz da Presidência ucraniana.

Depois de um acordo firmado entre Alemanha e Estados Unidos em julho, este gasoduto deve ser concluído em breve e vai bombear gás russo para a Europa sem passar pela Ucrânia, algo que representará perdas econômicas significativas para Kiev.

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