Terrorismo

Americanos prestam homenagem aos quase 3 mil mortos do 11 de setembro

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, preside a homenagem aos 2.977 mortos no "Marco Zero" ao lado de antecessores, incluindo Barack Obama e Bill Clinton

Agência France-Presse
postado em 11/09/2021 10:31
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, participa da homenagem aos 2.977 mortos do 11 de setembro ao lado de antecessores, incluindo Barack Obama e Bill Clinton
 -  (crédito: Chip Somodevilla/AFP)
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, participa da homenagem aos 2.977 mortos do 11 de setembro ao lado de antecessores, incluindo Barack Obama e Bill Clinton - (crédito: Chip Somodevilla/AFP)

Os Estados Unidos marcam, neste sábado (11/9), o vigésimo aniversário do 11 de Setembro, com cerimônias para homenagear os cerca de 3.000 mortos nos ataques da Al-Qaeda, em uma atmosfera tensa pela caótica retirada americana do Afeganistão.

Um minuto de silêncio foi observado às 8h46 (9h46 de Brasília) no memorial de Manhattan (Nova York), onde ficavam as torres gêmeas do World Trade Center (WTC), exatamente vinte anos após o primeiro avião sequestrado pelos terroristas ter atingido a Torre Norte.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, preside a homenagem aos 2.977 mortos (incluindo 2.753 em Nova York) no "Marco Zero" ao lado de antecessores, incluindo Barack Obama e Bill Clinton.

Em duas décadas, o tempo de uma geração, os ataques terroristas mais mortais da História agora estão bem ancorados na história política e na memória coletiva dos Estados Unidos, mas a dor das famílias das vítimas e sobreviventes continua extremamente viva.

Pearl Harbor

Mais cinco minutos de silêncio e homenagens musicais se seguirão até as 12h30 (13h30 de Brasília) para marcar a trágica manhã daquela terça-feira de 11 de setembro de 2001: o colapso das torres de Nova York, o ataque ao Pentágono perto de Washington e a queda de um dos aviões em Shanksville, Pensilvânia.

Como todo 11 de setembro, durante três horas, os nomes das quase 3.000 vítimas serão lidos no memorial de Nova York. Enormes feixes de luz verticais saem das duas enormes bacias pretas que substituíram a base das torres.

Na Times Square, no centro de Manhattan, coração econômico da maior potência mundial, onde tradicionalmente se comemora as vitórias do país, também estão previstos uma mobilização e momentos de contemplação. Todo americano, vítima ou testemunha do 11 de Setembro, se prepara para homenagear um ente querido perdido.

Frank Siller foi mais longe. Irmão de um bombeiro do Brooklyn que morreu no WTC, ele "caminhou 537 milhas (864 km entre Washington e Nova York) do Pentágono, em Shanksville, até o Marco Zero", e está levantando fundos para apoiar as famílias das vítimas. "A América nunca se esqueceu de Pearl Harbor, e nunca se esquecerá do 11 de Setembro", disse Siller à AFP.

De fato, segundo pesquisadores, o cataclismo do 11 de Setembro mudou a sociedade e a política americanas e, em uma geração, tornou-se um capítulo da história inscrito na memória do país. Como Pearl Harbor, o Desembarque na Normandia ou o assassinato do presidente Kennedy.

Este aniversário do 11 de Setembro, Joe Biden, de 78 anos, sem dúvida preparou muitas vezes desde sua vitória em novembro contra Donald Trump, a quem acusou de ter enfraquecido e fragmentado os Estados Unidos.

Em uma mensagem de vídeo transmitida na sexta-feira à noite, o presidente democrata pediu "união, nossa maior força". Mas depois de oito meses no cargo, ele é amplamente criticado pelo desastre do fim da intervenção militar no Afeganistão, com Washington sendo pego de surpresa pelo avanço meteórico do Talibã.

Em 20 anos, os Estados Unidos perderam 2.500 soldados e gastaram mais de US $ 2 trilhões no Afeganistão.

No final de agosto, abandonaram o país às mãos dos fundamentalistas islâmicos que haviam expulsado de Cabul no final de 2001, acusando-os de abrigar o líder da Al-Qaeda Osama bin Laden, que finalmente foi morto em 2011 no Paquistão.

Geração 11 de Setembro

E o ataque de 26 de agosto, reivindicado pelo braço afegão do grupo Estado Islâmico, que matou 13 jovens soldados americanos no aeroporto de Cabul - em meio a uma operação de evacuação - revoltou parte da opinião pública.

Esses jovens militares eram, em sua maioria, crianças em 11 de setembro de 2001. A morte deles é um lembrete de uma dolorosa cicatriz nos Estados Unidos: entre a memória ainda viva para dezenas de milhões de adultos americanos e uma consciência histórica mais parcial para os jovens nascidos desde os anos 1990.

É "importante que saibam o que aconteceu naquele dia, porque há toda uma geração que não entende bem", defende Monica Iken-Murphy, viúva de um operador do mercado financeiro que trabalhava na Torre Sul do WTC.

A rainha Elizabeth II prestou homenagem neste sábado às vítimas do 11 de Setembro, bem como à "resistência e determinação das comunidades que se uniram para reconstruir" após os ataques.

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