Ex-guarda-costas

Ex-colaborador do presidente da França é julgado por agredir manifestantes

Alexandre Benalla sempre negou qualquer "agressão" e afirmou que teve uma "reação cidadã" diante de pessoas "que acabavam de cometer uma infração"

Agência France-Presse
postado em 13/09/2021 13:47 / atualizado em 13/09/2021 13:47
 (crédito: Ludovic MARIN / AFP)
(crédito: Ludovic MARIN / AFP)

Um ex-guarda-costas do presidente francês, Emmanuel Macron, compareceu nesta segunda-feira (13/9) a um tribunal de Paris que o julga por agredir manifestantes e por outros fatos que desencadearam uma tempestade política na França há três anos.

Alexandre Benalla, vestido com roupas escuras e óculos redondos, chegou pouco antes das 08h00 (horário de Brasília) ao tribunal, acusado de "violência deliberada em grupo" e "interferência não autorizada no exercício de uma função pública".

Os fatos remontam a 1º de maio de 2018. Em uma manifestação marcada por confrontos no centro de Paris, Benalla aparece junto às forças de segurança como observador, usando um capacete das forças de ordem.

Em imagens gravadas durante o protesto, ele parece agredindo os manifestantes. O jornal Le Monde revelou o caso no verão de 2018, afirmando que ele foi sancionado apenas com uma suspensão de 15 dias e que mantinha um escritório no Eliseu.

A oposição denunciou rapidamente um "assunto de Estado". Os meses seguintes foram marcados por uma chuva de revelações e pelas audições em comissões de investigação parlamentares.

O ex-colaborador de Macron, que tem cinco casos abertos, comparece pela primeira vez a um tribunal pela atuação contra os manifestantes, apesar de não fazer parte das forças de ordem.

Benalla sempre negou qualquer "agressão" e afirmou que teve uma "reação cidadã" diante de pessoas "que acabavam de cometer uma infração".

Ele também deve responder pelo uso de dois passaportes diplomáticos após ser demitido dos serviços da presidência francesa durante viagens na África e em Israel, e por portar uma arma sem autorização.

O julgamento sobre este escândalo, que abalou a primeira parte do mandato do liberal Macron, chega a sete meses da eleição presidencial, prevista para abril de 2022.

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