O estudante de direito Timur Bekmansurov, 18 anos, deixou uma mensagem nas redes sociais antes de seguir para a Universidade Estadual de Perm — a 1.100km a leste de Moscou. “Pensei nisso por muito tempo. Passaram-se anos e percebi que havia chegado a hora de fazer o que sonhei”, escreveu na internet. Às 11h30 (3h30 em Brasília), ele usou uma arma de ar comprimido modificada para disparar munição letal. Timur começou a atirar a partir da rua, quando muitos alunos se aglomeravam diante da catraca para deixar o prédio número 8 do câmpus. Assim que entrou no edifício, atingiu a perna de uma jovem, que foi puxada por um colega e se arrastou para outro lado da grade. Com capacete, balaclava e roupas escuras, o atirador executou a estudante ferida, pulou a catraca e matou mais duas garotas nos corredores. Parou apenas depois de ser baleado no peito e nos membros pelo policial Konstantin Kalinin. Timor assassinou seis pessoas e feriu 28. Até o fechamento desta edição, seu estado clínico era considerado gravíssimo.
De acordo com a imprensa local, as pessoas que morreram são um homem e cinco mulheres — entre as vítimas, estão uma estudante que sonhava ser professora de matemática e um médico aposentado de 66 anos que visitava o neto na universidade. Vídeos divulgados nas redes sociais mostravam estudantes, desesperados, pulando do primeiro andar.
Em entrevista à televisão russa, Kalinin contou que correu até o prédio número 8 ao ser alertado por uma testemunha sobre a presença de um atirador. “Fui até o primeiro andar vi como um jovem armado descia as escadas. Gritei: ‘Largue a arma!’. Ele apontou para mim e começou a disparar. Foi então que usei a minha arma”, disse. Ao se aproximar de Timur, Kalinin chutou o rifle para longe e iniciou os procedimentos de primeiros socorros. Na mensagem publicada na internet, o assassino garantiu que não faz parte de nenhum grupo extremista.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou o tiroteio como “uma grande desgraça para todo o país” e exigiu que as forças de segurança descubram as motivações de Timur para cometer a matança. O primeiro-ministro Mikhail Mishustin, assim como os ministros da Saúde e da Educação, foram enviados a Perm, segundo as agências russas.
Uma testemunha, o professor Ivan Petchichtchev, de 39 anos, disse à agência France-Presse que viu estudantes pularem as janelas para chegarem à universidade, o que o fez pensar que havia um incêndio. Depois, escutou gritos de pânico e tiros. “Fui ver os estudantes. Estavam com medo. As meninas choravam, não entendiam o que estava acontecendo, tentei acalmá-las”, acrescentou.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.