O espetáculo das passarelas volta à Semana de Moda Paris, após as de Nova York, Londres e Milão, com cerca de trinta desfiles e eventos.
"Todas as grandes marcas estarão presentes, com algumas exceções. Há novas marcas e um desejo pelo físico, o show", depois de meses de confinamento e restrições, explicou à AFP o presidente executivo da Federação de Alta Costura e Moda, Pascal Morand.
Não é um retorno total: das 97 grandes marcas inscritas no calendário oficial, entre 27 de setembro e 5 de outubro, apenas um terço convida o público para seus desfiles. E os participantes deverão apresentar passe sanitário.
Saint Laurent, primeira grande casa a deixar o calendário oficial durante a crise da covid-19, para mostrar seu desacordo com o frenesi das semanas de moda, retorna em sua programação habitual na terça-feira, com um desfile.
Dior, Chanel, Hermès, Louis Vuitton também optaram por desfiles presenciais, como Givenchy, que apresentará o primeiro desfile de seu novo diretor artístico, Matthew Williams.
O americano traz um toque rebelde, com correntes e cadeados, à histórica marca francesa, que é a personificação do chique aristocrático.
A Balenciaga, que vestiu na semana passada Kim Kardashian com um vestido preto integral no Met Gala em Nova York, também reunirá seus fãs para um desfile "real".
Entre realidade e virtualidade
Outros criadores, como a francesa Marine Serre, optaram pela apresentação online, como o belga Dries Van Noten. Durante o confinamento, os dois estilistas lançaram um manifesto, apoiado por centenas de pequenas marcas, em favor de uma moda mais ecologicamente responsável.
"Essa dualidade do físico e do virtual vai ficar. O digital não era modismo. Enriquece a Semana de Moda", avalia Pascal Morand.
Muitas empresas multiplicaram os projetos em relação ao mundo digital, como Balenciaga, que acaba de anunciar uma parceria com a plataforma de jogos online Fortnite.
Neste jogo, muito popular entre os mais novos, aparecerão vestidos, mochilas e tênis da linha Triple da Balenciaga, que também lançará uma edição limitada de produtos "físicos".
Entre as grandes ausentes estarão Celine, liderada pelo estilista Hedi Slimane, que considera as semanas de moda obsoletas, e Stella McCartney, da gigante do luxo LVMH.
Off-White, marca do americano Virgil Abloh, que também é responsável pelas coleções masculinas da Louis Vuitton, abandonou o calendário há várias temporadas.
"É uma minoria e pode corresponder a desejos muito particulares dos criadores", diz Pascal Morand. Um desfile de homenagem ao israelense-americano Alber Elbaz, diretor artístico da Lanvin, que morreu por covid-19 em abril, encerrará o evento parisiense.
E o espetáculo não acontecerá apenas nas passarelas de Paris. A partir de 30 de setembro, o Museu de Artes Decorativas (MAD) receberá uma exposição dedicada a Thierry Mugler, o pioneiro dos desfiles.
Jean Paul Gaultier, que deixou a moda em 2020, apresentará na Cinemateca de Paris uma exposição a partir de 6 de outubro em que "desfilará" vestidos de filmes que marcaram o mundo da moda. E o Palazzo Galliera, um museu da moda, comemora os 100 anos da revista Vogue Paris com uma gala de abertura em 2 de outubro.
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