Pelo menos cinco pessoas morreram, neste domingo (10/10), em um ataque com carro-bomba em Áden, no sul do Iêmen, contra um comboio de autoridades do governo, que sobreviveram ao atentado.
Segundo fontes da segurança, o governador de Áden, Ahmed Lamlas, o ministro da Agricultura, Salem al-Socotri, e outra autoridade cuja identidade não foi revelada estavam a bordo do comboio que passava por Áden.
Áden é a segunda maior cidade do país e a capital provisória do governo iemenita, que desde 2014 está em guerra contra os rebeldes houthis.
Segundo balanço provisório das fontes de segurança, o atentado, que por ora não foi reivindicado, causou cinco mortos e 11 feridos.
"O carro-bomba explodiu na rua Al-Moualla quando o comboio de altos funcionários passou. Estavam a bordo o governador de Áden, o ministro da Agricultura e outro", disse uma dessas fontes à AFP. Todos sobreviveram, segundo a agência de notícias estatal Saba.
O governador e o ministro da Agricultura são membros do Conselho de Transição do Sul (separatistas, STC) que participa no governo de união nacional juntamente com os apoiantes do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, reconhecido pela comunidade internacional. Este governo tem sua sede em Áden desde a queda da capital, Saana, para os rebeldes houthis.
O Iêmen do Sul era um Estado independente até a reunificação em 1990. No sul ainda há muito ressentimento contra os iemenitas do norte, a quem acusam de ter forçado a unificação do país.
Nos últimos anos, vários ataques antigovernamentais foram atribuídos aos rebeldes houthis. Outros foram reivindicados por grupos extremistas islâmicos.
Após o ataque deste domingo, o primeiro-ministro iemenita, Main Abdelmalek Said, pediu uma investigação e chamou-o de um atentado "terrorista covarde", de acordo com a agência de notícias Saba.
Por sua vez, o porta-voz do STC, Ali al-Kathiri, denunciou um "complô perigoso" contra o Sul, acrescentando que o ataque coincidiu com o avanço das forças "terroristas" houthis nas regiões de Marib (norte) e Chabwa (centro).
Os houthis intensificaram sua campanha nos últimos meses para tomar a cidade de Marib, que tentam conquistar desde fevereiro das forças pró-governo, avançando em várias frentes. Os combates causaram, desde então, centenas de mortes.
Na guerra do Iêmen, o governo conta com o apoio militar de uma coalizão liderada pela vizinha Arábia Saudita. Os houthis, por sua vez, têm apoio político do Irã, país xiita rival dos sauditas sunitas. Os rebeldes houthis controlam grande parte do norte do país, incluindo a capital, Sanaa.
A comunidade internacional tenta, em vão, chegar a uma solução pacífica para este conflito que causou a pior crise humanitária do mundo, de acordo com a ONU.
Quase 80% da população iemenita depende da ajuda humanitária para sobreviver. De acordo com organizações internacionais, dezenas de milhares de pessoas morreram no conflito e milhões foram deslocados.
O atentado em Áden acontece quando o enviado dos Estados Unidos para o Iêmen, Tim Lenderking, lançou uma nova tentativa de encerrar a guerra com uma turnê regional que incluiu a Arábia Saudita, aliada dos Estados Unidos.
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