Manifestação

Sudão tem segundo dia de protestos para exigir um governo militar

Manifestantes foram às ruas por um processo de transição pós-ditadura que inclua um governo militar

Agência France-Presse
postado em 17/10/2021 10:05
 (crédito: ASHRAF SHAZLY / AFP)
(crédito: ASHRAF SHAZLY / AFP)

Cartum, Sudão - Centenas de sudaneses acampavam neste domingo (17/10), pelo segundo dia consecutivo, em Cartum para exigirem um governo militar, o que representa uma "crise perigosa", disse o primeiro-ministro Abdallah Hamdok, no processo de transição pós-ditadura.

"O protesto continua, não iremos embora até que o governo seja destituído", afirmou à AFP Ali Askouri, um dos organizadores. "Pedimos oficialmente ao conselho soberano", o órgão militar e civil que dirige a transição, "que não negocie mais com este governo", acrescentou.

As cenas lembravam as manifestações que acabaram com os 30 anos de mandato do ex-presidente Omar al Bashir em 2019. Desde a queda do autocrata sudanês, os militares e os civis formaram um conselho soberano e um governo que deveria levar o país às eleições, mas que adia constantemente os prazos. A última data marcada é para o final de 2023.

No sábado, os manifestantes foram até o palácio presidencial, onde está a sede das autoridades de transição, aos gritos de "um exército, um povo" e exigindo um "governo militar" para retirar o Sudão do bloqueio político e econômico.

A mobilização foi convocada por uma facção sediciosa das Forças pela Liberdade e Mudança (FLC, coalizão civil da "revolução") liderada por dois ex-líderes rebeldes.

O primeiro-ministro Abdallah Hamdok, debilitado por uma tentativa de golpe em 21 de setembro, alerta que essas "profundas divisões" são a "crise mais perigosa" para a transição e que ameaçam o caminho para a democracia.

O anúncio de um protesto indefinido faz temer o ressurgimento da situação, já que as FLC convocaram uma manifestação rival para quinta-feira para exigir a transferência completa dos poderes aos civis.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação