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Rússia inicia período sem trabalho para tentar travar surto de covid-19

A Rússia registrou novos recordes de mortes e contágios por covid-19, o que obrigou a capital Moscou a fechar os serviços não essenciais

Agência Estado
postado em 29/10/2021 19:30 / atualizado em 29/10/2021 19:30
 (crédito:  Douglas Magno/AFP - 1/6/20)
(crédito: Douglas Magno/AFP - 1/6/20)

A Rússia registrou nesta quinta-feira, 28, novos recordes de mortes e contágios por covid-19 em um só dia, no momento em que o país enfrenta uma violenta onda da pandemia, o que obrigou a capital Moscou a fechar os serviços não essenciais. De acordo com os números divulgados pelo governo, 1.159 pessoas morreram e 40.096 foram infectadas com o coronavírus nas últimas 24 horas. Apenas cerca de 49 milhões de russos - cerca de um terço dos quase 146 milhões de pessoas do país - estão totalmente vacinados.

A Rússia foi o primeiro país do mundo a autorizar uma vacina contra o coronavírus, em agosto de 2020. Mas a campanha de vacinação caiu no meio de um ceticismo público generalizado, causado por sinais conflituosos dados pelas autoridades.

Mesmo diante desta situação, o Kremlin negou nesta quinta uma reportagem que afirmava que o governo estava trabalhando para relançar a problemática campanha de publicidade em torno da vacinação e informação sobre a covid-19.

O jornal diário Kommersant, citando duas fontes anônimas próximas da administração presidencial, noticiou que o relançamento da campanha estava em curso. A nova campanha prestaria mais atenção às mais de 80 regiões da Rússia e daria um tom menos agressivo e negativo do que a anterior, diz a matéria.

A campanha existente salientou frequentemente o risco de morte para os russos que se recusam a ser vacinados em vez de associar a vacinação à liberdade de estar isento de restrições ao estilo de bloqueio, afirmou a reportagem.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que não havia planos para relançar a campanha, que, segundo ele, é constantemente ajustada. Peskov disse que o ritmo da vacinação tinha melhorado no país e que não havia planos para tornar a imunização obrigatória a nível nacional.

Numa tentativa de conter a propagação do vírus, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou um período sem trabalho entre 30 de outubro a 7 de novembro em todo o país, quando a maioria das organizações estatais e empresas privadas devem suspender as operações. Ele encorajou as regiões mais afetadas a iniciarem mais cedo o período de recesso, e algumas introduziram a medida já no início desta semana.

O acesso a museus, teatros, salas de concertos e outros locais está limitado a pessoas que possuem passes sanitários para provar que foram vacinados ou estão recuperadas da covid, uma prática que permanecerá em vigor depois de 7 de novembro.

Putin também deu instruções sobre o fechamento de discotecas e outros locais de entretenimento e ordenou a permanência em casa de pessoas não vacinadas com mais de 60 anos.

O governo espera que o período sem trabalho ajude a conter a propagação por manter a maioria das pessoas fora dos escritórios e dos transportes públicos. No entanto, muitos russos rapidamente buscaram tirar proveito do período sem trabalho para curtir férias à beira-mar antes do início do inverno. Além disso, vendas de pacotes turísticos para o Egito e a Turquia também saltaram.

Moscou 'fechada'

Nesta quinta-feira entraram em vigor em Moscou uma série de restrições sanitárias para conter o surto de covid-19. Restaurantes, salões de beleza, lojas de roupa ou móveis, academias, escolas de dança e outros serviços considerados "não essenciais" permanecerão fechados até 7 de novembro.

De acordo com o prefeito de Moscou - cidade mais afetada pela pandemia no país -, Sergei Sobyanin, estão autorizados apenas o funcionamento de locais de venda de medicamentos, alimentos e artigos de primeira necessidade.

Há várias semanas, a Rússia vem renovando os recordes diários de mortes e infecções por covid-19. O número total de mortes supera 235.000, de acordo com os dados do governo, o que faz da Rússia o país mais afetado pela doença na Europa.

A agência nacional de estatísticas, que tem uma definição mais ampla das mortes por covid-19, anunciou no fim de agosto um balanço de mais 400.000 mortes por coronavírus. (Com agências internacionais).

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