Ciberextorsão

Países revelam seus problemas com a ciberextorsão em cúpula liderada pelos EUA

Os países revelaram suas lutas contra a ciberextorsão em uma cúpula virtual contra o crime cibernético organizada por Washington

Uma "catástrofe" digital na Alemanha, ataques crescentes nos Emirados Árabes Unidos ou uma ofensiva em curso em Israel: os países revelaram nesta quarta-feira (13) suas lutas contra a ciberextorsão em uma cúpula virtual contra o crime cibernético organizada por Washington.

Os Estados Unidos convidaram cerca de 30 países - com a exceção notável da Rússia - para melhorar a cooperação no enfrentamento a estes ataques caros e disruptivos que se multiplicam no mundo.

Desde o início, Yigal Unna, chefe do Diretório Nacional Cibernético de Israel, informou sobre o incidente mais recente.

"Posso revelar agora que Israel experimenta, enquanto falamos, um poderoso ciberataque com fins extorsivos contra um de seus principais hospitais", disse.

Segundo as experiências apresentadas no fórum, a ameaça é dolorosa, generalizada e crescente.

A Alemanha lembrou que neste verão, pela primeira vez um governo local no distrito de Anhalt-Bitterfeld, no leste do país, declarou estado de "ciberdesastre" após ser afetado por um ataque cibernético extorsivo.

Os Estados Unidos também foram vítimas, especialmente no primeiro semestre de 2021, de vários ciberataques extorsivos contra empresas.

Estes ataques implicam a violação das redes de uma entidade para criptografar seus dados e, em seguida, o pedido de resgate, geralmente pago em criptomoedas, em troca da senha para desbloqueá-los.

"Falamos de (...) um aumento de cerca de 70 por centro em um ano na Coreia do SUl, 200 por cento nos EAU (Emirados Árabes Unidos)", disse Anne Neuberger, assessora-adjunta de Segurança Nacional para o Ciberespaço dos Estados Unidos.

Os ataques a hospitais na Irlanda e na República Tcheca, assim como as severas interrupções da infraestrutura marítima na África do Sul estiveram entre as experiências relatadas. 

 A Rússia não foi convidada

Grã-Bretanha, Austrália, Índia, Japão, França, Alemanha, Coreia do Sul, União Europeia, Israel, Quênia, México e outros se somaram à cúpula, iniciada nesta quarta e que se estenderá até a quinta-feira.

"Nenhum país e nenhum grupo pode resolver este problema por si só", alertou Jake Sullivan, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca.

"Nossos governos podem ter diferentes abordagens com relação às ferramentas" usadas "para combater a ciberextorsão", mas "reconhecemos a urgência da ameaça", declarou.

Ele elogiou em particular a participação ativa de Austrália, Alemanha, Índia e Grã-Bretanha na preparação do encontro.

Estes países organizaram oficinas que serão realizadas na quarta e na quinta-feira em torno de quatro temas: criar resiliência diante das tentativas de extorsão, o papel das criptomoedas na lavagem de dinheiro dos resgates, judicialização e diplomacia.

Sobre a ausência da Rússia, um importante funcionário da Casa Branca disse que "nesta primeira rodada de discussões, não convidamos os russos a participar".

A fonte disse que Washington e Moscou já estabeleceu um "canal à parte" de comunicação sobre o tema.

Embora Moscou rejeite qualquer responsabilidade, a maioria dos ataques extorsivos recentes contra os Estados Unidos foram atribuídos a grupos de hackers russófonos ou que operam em território russo.

O presidente americano, Joe Biden, falou com o colega russo, Vladimir Putin, em julho, pedindo-lhe para "adotar ações" contra os grupos que praticam ciberextorsão a partir da Rússia.

"Temos visto que o governo russo deu alguns passos e esperamos que a isto se sigam ações", disse o funcionário da Casa Branca.

 

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