JAPÃO

Princesa se casa e renuncia ao título

Era uma vez um plebeu que se apaixonou por uma princesa na universidade. Em 2017, eles se noivaram e passaram a enfrentar críticas dos tabloides japoneses. Tudo por conta das dificuldades financeiras da família do rapaz. Ontem, depois de anos de controvérsia, a princesa Mako se casou com Kei Komuro, em uma cerimônia discreta. “Kei é insubstituível. Nosso casamento é um passo necessário para que possamos proteger nossos corações”, declarou a princesa. “Eu amo Mako”, respondeu o marido, antes de acrescentar: “De agora em diante, quero estar ao lado do amor da minha vida”.


As imagens de televisão mostraram a princesa e sobrinha do imperador Naruhito saindo da residência imperial de Akasaka. Com um ramo de flores nas mãos, Mako se despediu com reverência dos pais e da imprensa, além de um abraço na irmã. Pela primeira vez na história do Japão pós-guerra, a princesa de 30 anos e o noivo, de mesma idade e advogado em uma empresa nos EUA, se casaram sem o ritual tradicional.

Calote

Quando o casal anunciou o noivado, em 2017, tudo era diferente. Komuro descreveu Mako como “a lua” que cuidava dele, e ela comparou seu sorriso ao sol. Mas a imprensa começou a investigar o passado de Kei e se deparou com informações de que a mãe do noivo não pagou um empréstimo de 4 milhões de ienes (ou R$ 194,9 mil) a um ex-noivo.

A disputa, ainda sem solução, provocou escândalo no Japão, onde se espera um comportamento impecável dos membros da família imperial. Tanta atenção da mídia provocou um transtorno de estresse pós-traumático em Mako, admitiu recentemente a agência imperial. O casal adiou a cerimônia, e Kei se mudou para Nova York para estudar direito em 2018 — uma tentativa de escapar do assédio dos jornalistas.
Formado, ele voltou ao Japão no mês passado, com direito a um novo penteado, que também virou assunto na imprensa. “Existem opiniões diferentes sobre meu casamento com Kei”, declarou Mako, ontem. “Eu gostaria de agradecer aos que estão preocupados comigo e aos que sempre nos apoiaram, a Kei e a mim, sem escutar boatos infundados.”


Ao escolher oficializar a união com Kei, Mako renunciou ao Trono de Crisântemo e a uma importante quantia oferecida às mulheres da família imperial por ocasião do casamento. Em nome do amor, Mako deixou de ser princesa e se tornou plebeia.