Congresso dividido

Correio Braziliense
postado em 23/11/2021 00:01

Seja quem for o eleito para a presidência do Chile, José Antonio Kast ou Gabriel Boric, terá que ter jogo de cintura e negociar com o Legislativo para governar. Nas eleições de domingo, a direita recuperou força no Parlamento e, a partir de março de 2022 terá metade dos senadores, atualmente de centro-esquerda, algo inédito desde a redemocratização. Na Câmara dos Deputados, totalmente renovada, há um equilíbrio de forças, que, segundo analistas, não confere vantagens a nenhum dos presidenciáveis.

Totalizados os votos, a centro-esquerda ficou com 37 deputados, enquanto a esquerda da Frente Ampla avançou e obteve o mesmo número de assentos, somando 74 das 155 vagas. São, no entanto, blocos distintos. A direita ficou com 68, praticamente mantendo a atual situação, reunidas as bancadas da aliança Podemos Más do Chile, cuja representatividade caiu, e a Frente Social Cristã (de Kast), que fez sua estreia na Câmara elegendo 15 parlamentares.

"A partir de março de 2022 veremos uma direita com bloco sólido no Parlamento, porque é um setor pragmático que, se tiver que se unir, o fará sem complexos", ressaltou o analista político René Jofré ao jornal espanhol El País.

No Senado, três surpresas são destacadas pelos analistas políticos. A primeira delas é o retorno do Partido Comunista, que conquistou dois assentos. A legenda não tinha representação na Casa desde 1973. A segunda consiste na estreia do Partido Republicano de Kast. Por último, a eleição de um dos principais símbolos dos levantes sociais de 2019, Fabiola Campillai, que ficou cega pela repressão policial.

Na Câmara, pela primeira vez, uma mulher transgênero foi eleita, a estudante de direito Emilia Schneider, de 25 anos.

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