O julgamento do ator americano Jussie Smollett, acusado de ter inventado uma agressão racista e homofóbica em 2019, começou nesta segunda-feira (29) em Chicago, no norte dos Estados Unidos, com a seleção do júri.
O ator negro e abertamente homossexual, astro da série "Empire - Fama e Poder", se declarou inocente das alegações de que teria "planejado e participado" da agressão da qual afirma ter sido vítima. Smollett também é acusado de ter supostamente mentido no depoimento à polícia.
O caso pode chegar a uma conclusão nesta sexta-feira (3), ou no começo da próxima semana, afirmou o juiz James Linn no início da audiência.
Em janeiro de 2019, o ator alegou que foi atacado em uma rua de Chicago por dois apoiadores do então presidente Donald Trump, que teriam proferido insultos racistas e homofóbicos contra ele.
O caso provocou uma onda de indignação dos Estados Unidos, um país fortemente marcado pela discriminação racial e sexual.
Não obstante, uma investigação concluiu rapidamente que se tratou de uma encenação de Smollett, de 39 anos, que teria pago 3.500 dólares a dois irmãos nigerianos para fingir o ataque, com o objetivo de promover sua carreira e obter mais visibilidade na série.
O caso ficou ainda mais complicado em março de 2019, quando os promotores do condado de Cook em Illinois, que tem jurisdição sobre Chicago, retiraram todas as acusações contra o ator, em troca do pagamento de US$ 10.000 e da prestação de serviços comunitários.
Posteriormente, a Prefeitura de Chicago decidiu processar Smollett por danos e prejuízos para que ele reembolsasse os gastos da investigação policial, de cerca de 130.000 dólares. Já em fevereiro de 2020, o ator foi novamente acusado por seu suposto envolvimento na agressão.
Ainda não há informações se o ator, que foi expulso da série "Empire", testemunhará no caso, mas os irmãos nigerianos Olanbinjo e Abimbola Osundairo deverão se pronunciar em juízo.
A advogada dos irmãos, Gloria Schmidt Rodríguez, afirmou, em fevereiro de 2020, que seus clientes eram "honestos, abertos" e estavam "cheios de remorso por suas condutas nesse assunto".
"Eles disseram a verdade desde o primeiro dia, e continuarão fazendo o mesmo e vão cooperar", acrescentou Schmidt Rodríguez, ao assegurar que os dois não tinham recebido "nada" em troca.
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