Estados Unidos

Derrota democrata na Virgínia, duro revés para a conturbada presidência de Biden

O novo governador da Virgínia é o republicano Glenn Youngkin, simbolizando a derrota dos democratas e o momento difícil na presidência de Joe Biden

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sofreu um duro revés na quarta-feira (3) com a derrota democrata nas eleições para governador da Virgínia, vista como um empecilho em seu mandato, já que seus ambiciosos planos de reforma permanecem bloqueados no Congresso.

Após sua turnê pela Europa com paradas em Roma para o G20 e em Glasgow para a COP26, Biden voltou a Washington durante a noite para enfrentar um período difícil em sua presidência.

Um ano antes das eleições de meio de mandato cruciais que poderiam mudar a balança de poder, a derrota na Virgínia é um fracasso total para Biden, que fez campanha pessoalmente ao lado do candidato democrata Terry McAuliffe.

“Vamos ganhar” na Virgínia, o presidente, que venceu neste estado com uma margem confortável de 10 pontos percentuais nas eleições presidenciais de novembro de 2020, tinha declarado na terça-feira (3).

Para os republicanos, a vitória de Glenn Youngkin oferece um possível roteiro estratégico para 2022, e talvez até mesmo para as eleições presidenciais de 2024, pois ele conseguiu manter a base eleitoral do ex-presidente Donald Trump, de quem se distanciou o suficiente para recuperar votos nos ricos subúrbios.

Embora o governador democrata de saída de Nova Jersey, Phil Murphy, tenha prevalecido sobre o candidato republicano Jack Ciatarelli, essa vitória não é suficiente para impulsionar a presidência de Biden, cuja popularidade neste momento atinge seu menor índice.

Agora, o presidente deve mergulhar de volta na angústia do Congresso, onde seus dois planos de investimentos são objeto de intermináveis negociações entre progressistas e moderados de seu próprio partido.

Biden espera ansiosamente que seu projeto de reforma social e climática "Reconstruir Melhor" (Build Back Better), de 1,75 trilhão de dólares, seja aprovado rapidamente e se transforme em uma vitória pessoal.

O projeto inclui US $ 555 bilhões para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o que a Casa Branca descreveu como "o maior investimento já feito para enfrentar a crise climática".


 Bloqueio 

O presidente não conseguiu - como esperava - subir ao pódio da COP26 em Glasgow com esse cheque aprovado, como garantia do "retorno" dos Estados Unidos ao cenário internacional depois que Trump (2017-2021) retirou o país do Acordo de Paris.

O projeto de Biden - agora cortado pela metade - é desafiado principalmente pelo senador moderado Joe Manchin, um democrata do estado tradicionalmente conservador de West Virgínia, cujo voto é crucial perante a magra maioria democrata na câmara alta.

"Sempre fui claro: se não posso ir para casa e justificar (os programas de gastos), não posso votar", disse ele na segunda-feira, expressando preocupação com o impacto desses planos sobre a dívida pública e a inflação.

“As disputas políticas devem acabar”, acrescentou, referindo-se ao bloqueio imposto pelo campo progressista democrata ao segundo plano de Biden de investir 1,2 trilhão de dólares em infraestrutura, que tem o apoio de democratas e alguns republicanos.

Aprovado pelo Senado em agosto, o projeto está bloqueado na Câmara dos Deputados por democratas progressistas que exigem votar os dois projetos simultaneamente, temendo que os centristas se recusem a apoiar o plano social uma vez que seja aprovado o de infraestrutura.

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