Em visita a um acampamento de refugiados da ilha grega de Lesbos, o papa Francisco fez um apelo para que os líderes evitem o "naufrágio da civilização", referindo-se à questão dos migrantes na região, considerada, pelo pontífice, a maior catástrofe humanitária após a Segunda Guerra Mundial. "O Mediterrâneo está se tornando um cemitério frio sem lápides (...) Eu imploro, vamos parar esse naufrágio da civilização", disse.
Francisco foi ao campo de Mavrovouni, que abriga cerca de 2.200 requerentes de asilo em condições difíceis. No local, cumprimentou longamente e abençoou os presentes, incluindo muitas crianças. Sob uma tenda, o papa, visivelmente comovido, ouviu as canções de um grupo de exilados e lamentou que o Mediterrâneo, "berço de tantas civilizações", seja hoje "como um espelho da morte".
"Não deixemos que este mar de memórias se transforme no mar do esquecimento", exortou o líder religioso, acompanhado da presidente grega, Katerina Sakellaropoulou, do vice-presidente europeu, Margaritis Schinas, e do ministro grego das Migrações, Notis Mitarachi.
Em 2016, a ilha de Lesbos tornou-se a principal porta de entrada para milhares de migrantes que tentavam chegar à Europa. No mesmo ano, Francisco fez a primeira visita ao local e voltou com 12 refugiados sírios. Desta vez, 50 migrantes serão transferidos do Chipre, onde o líder religioso esteve na quinta e na sexta-feira. Oriundo de uma família de migrantes italianos radicados na Argentina, Jorge Bergoglio tem defendido constantemente o acolhimento de milhares de "irmãos e irmãs", independentemente de sua religião ou condição de refugiado.
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