Lumajang, Indonésia-
A atividade do vulcão Semeru, na Indonésia, afetou nesta segunda-feira (6) os trabalhos de resgate, que recuperaram 22 corpos, de acordo com o balanço mais recente, após a grande erupção de que atingiu várias localidades durante o fim de semana.
A maior montanha da região de Java expeliu uma enorme nuvem de cinzas no sábado e lavas que inundaram as áreas próximas ao vulcão. Mais de mil moradores, em pânico, foram retirados da região.
"De acordo com os dados que recebemos (...) há 22 mortos, contra 14 falecidos anunciados no início do dia", afirmou o porta-voz da agência de gestão de catástrofes, Abdul Muhari.
"Vinte e sete pessoas continuam desaparecidas e concentramos as buscas nelas", completou.
As fotos aéreas mostram ruas tomadas por cinzas e lama, que cobrem caminhões e casas até o telhado.
"Ainda espero encontrar meu filho (...) Cada vez que escuto que encontraram uma vítima, espero que seja meu filho", declarou Maskur Suhri, que estava colhendo seiva de palma quando o Semeru entrou em erupção.
"Há uma possibilidade muito pequena de que tenha sobrevivido. Talvez seja o seu destino, mas ainda espero encontrá-lo, mesmo que seja apenas o corpo", afirmou o morador do vilarejo de Sumberwuluh.
As operações de resgate foram afetadas pela nova atividade vulcânica nesta segunda-feira, que provocou a interrupção do trabalho de algumas equipes por algumas horas.
Mais tarde, os trabalhadores das equipes de emergência retomaram as buscas por sobreviventes e corpos entre as cinzas e a lama.
A tarefa se torna cada vez mais difícil com a solidificação dos restos vulcânicos.
"É muito difícil (...) com ferramentas simples", disse o socorrista Rizal Purnama. "É muito provável que os corpos não encontrados estejam enterrados sob o escoamento de lama quente".
- Trabalhadores desaparecidos -
As autoridades pediram à população que permaneça afastada da cratera em um raio de cinco quilômetros, porque o ar dominado pela poeira de cinzas na região é perigoso para as pessoas vulneráveis.
A cinza da erupção se propagou ao longo de quatro quilômetros, segundo a agência geológica da Indonésia.
O escritório de uma mina de areia foi sepultado após a erupção, o que deixou 15 pessoas retidas dentro e ao redor do local, afirmou Hasim, um capataz de 65 anos que, como muitos indonésios, tem apenas um nome.
"Não temos notícias. Apenas um trabalhador sobreviveu, ele está no hospital com queimaduras", disse à AFP.
Algumas vítimas foram enterradas vivas em seus veículos, sem tempo para escapar, afirmaram as equipes de resgate.
Suwarti Ningsi permaneceu presa por cinco horas em casa com sua filha.
"Não conseguia ver nada, era como se fosse de noite. Todo mundo entrou em pânico", afirmou a indonésia de 42 anos.
"Eu apenas rezava (...) para que minha filha e eu nos salvássemos".
As chuvas previstas para a região nos próximos dias podem complicar ainda mais o trabalho das equipes de resgate, já que é provável que se formem fluxos de cinza quentes e lama.
Mais de 100 voluntários da Cruz Vermelha ajudam as famílias afetadas.
"Enviamos ambulâncias, equipes médicas, caminhões de água e ajuda à região, incluindo alimentos e equipamentos para os abrigos", afirmou Sudirman Said, secretário-geral da Cruz Vermelha Indonésia, em um comunicado.
O Semeru, com 3.676 metros, entrou em erupção diversas vezes nas últimas décadas, mas poucas tão destrutivas.
A Indonésia fica no chamado Círculo de Fogo do Pacífico, onde o encontro de placas tectônicas provoca uma grande atividade sísmica.
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