O presidente russo, Vladimir Putin, denunciou nesta terça-feira (7) ao colega americano, Joe Biden, o potencial militar crescente da Otan em suas fronteiras devido ao seu apoio à Ucrânia e pediu "garantias" de que a Aliança Atlântica não se expandirá para o leste.
"A Otan está empreendendo tentativas perigosas de usar o território ucraniano e desenvolve seu potencial militar em nossas fronteiras, e é por isso que a Rússia tem um interesse sério em [obter] garantias jurídicas seguras que descartem uma expansão da Otan no leste", informou o Kremlin em um comunicado, depois que os dois líderes mantiveram uma conversa "franca e profissional" durante uma cúpula virtual nesta terça.
Respondendo à ameaça de sanções americanas em caso de uma operação militar russa contra a Ucrânia, "Vladimir Putin respondeu que não se deve fazer com que a Rússia arque com a responsabilidade", dado o comportamento da Otan.
Além disso, denunciou "a linha destrutiva de Kiev" que, segundo ele, tenta "desmontar" os acordos de Minsk de 2015, um processo de paz que a princípio devia pôr fim ao conflito entre as forças ucranianas e os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, e que está em ponto morto há anos.
"Os dirigentes falaram para pedir a seus representantes que iniciem consultas profundas sobre estes temas sensíveis", explicou a Presidência russa.
Por outro lado, Putin propôs ao contraparte americano suspender todas as medidas de réplica contra as missões diplomáticas dos dois países adotadas nos últimos meses, em um contexto de tensão.
Segundo o Kremlin, as relações entre Moscou e Washington "não se encontram em um estado satisfatório".
"A parte russa propôs anular todas as restrições acumuladas em relação ao funcionamento das missões diplomáticas, o que poderia permitir normalizar outros aspectos das relações bilaterais" entre a Rússia e os Estados Unidos, informou o Kremlin em seu comunicado.
Quanto aos outros temas na agenda, segundo o Kremlin, as duas partes destacaram que é importante trabalhar juntos contra os crimes cibernéticos. O Ocidente acusa a Rússia de dirigir ataques informáticos contra seus rivais.
Os dois dirigentes afirmaram "esperar" uma retomada construtiva das negociações sobre o programa nuclear iraniano.
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