De mulher mais poderosa do mundo a uma cidadã comum, disposta a fazer quase tudo o que não podia quando estava no poder. Angela Merkel tem planos para a aposentadoria. E não são nada mirabolantes. Aos 67 anos, 16 deles no comando da maior economia da Europa, “Mutti” (Mamãe, em alemão) Merkel confidenciou, em maio, sobre os projetos para a nova vida. “Vou dormir um pouco, dar uma caminhada ao ar livre e pensar sobre o que desejo fazer”, contou. Em julho, durante visita a Washington, ela disse que pretende reservar tempo para a leitura. “Eu tentarei ler alguma coisa, então, meus olhos começarão a fechar, porque estou cansada. E aí tirarei uma soneca”, brincou.
Merkel não precisará se preocupar com dinheiro. Ela continuará a receber o salário de 25 mil euros (ou R$ 156,9 mil) pelos próximos três meses. Em seguida, embolsará um subsídio de de 12,5 mil euros mensais durante 1 ano e 9 meses. Depois disso, a aposentadoria deverá contemplar os cargos exercidos como chanceler, ministra de governo e integrante do Bundestag (Parlamento).
Ópera e ciência
Em entrevista ao Correio, Matt Qvortrup — autor de Angela Merkel: Europe’s most influential leader (“Angela Merkel: a líder mais influente da Europa”) — disse que a agora ex-chanceler deverá também se concentrar em óperas e talvez em pesquisas científicas — ela é doutora em química quântica. “As características mais marcantes de Merkel foram a atenção aos detalhes, uma abordagem científica da política e uma preferência pela resolução dos problemas.” De acordo com ele, o legado de Angela é uma abordagem baseada em fatos e em políticas.
A ex-chefe de governo admitiu que estará à disposição de Scholz para responder a questionamentos, mas descartou emitir conselhos em público. Segundo o jornal britânico The Guardian, rumores dão conta de que “Mutti” Merkel e o marido, o também químico quântico Joachim Sauer, poderiam se mudar de Berlim para Hamburgo, onde teriam comprado uma casa no rico bairro de Blankense. No entanto, ela própria disse que pretende morar no estado de Brandemburgo ou mesmo na capital alemã.
Pouco antes de deixar a sede da chancelaria escoltada por Scholz, Merkel dirigiu-se ao novo chefe de governo. “Parabéns, querido senhor chanceler, querido Olaf Scholz. Sei, por experiência própria, que é um momento emocionante ser eleito para este cargo”, declarou. “É um dever estimulante e gratificante, também desafiador. Mas, se você abraçá-lo com alegria, talvez seja um dos mais belos deveres que existe o de ser o responsável por este país.”
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