Catástrofe

Biden visita Kentucky, duramente afetado pelos tornados devastadores nos EUA

Com ao menos 74 mortes e mais de cem desaparecidos, Kentucky levou o pior da série de fortes tornados que deixaram ao menos 88 mortos até terça-feira

Agência France-Presse
postado em 15/12/2021 13:49 / atualizado em 15/12/2021 13:50
 (crédito: Brendan Smialowski / AFP)
(crédito: Brendan Smialowski / AFP)

Washington, Estados Unidos- O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, viaja nesta quarta-feira (15) para Kentucky para oferecer o apoio de seu governo a este estado, que ainda conta seus mortos após ser o mais afetado por uma série de tornados históricos e devastadores que atingiram o sudeste do país.

Sua visita começará com uma visão geral de uma área devastada na última sexta-feira, depois continuará em duas das cidades mais afetadas deste estado do sudeste americano: Mayfield e Dawson Springs, uma cidade destruída em 75%.

Com ao menos 74 mortes e mais de cem desaparecidos, Kentucky levou o pior da série de fortes tornados que deixaram ao menos 88 mortos até terça-feira, além de um rastro de devastação em seis estados dos Estados Unidos.

Nesta quarta-feira pela manhã, enquanto o presidente estava a caminho, máquinas começaram a limpar escombros entre os prédios derrubados em Mayfield, segundo observaram jornalistas da AFP no local.

Soldados da Guarda Nacional foram mobilizados para manter a ordem e ajudar a limpar e reconstruir algumas edificações, junto a voluntários e associações solidárias que vieram prestar assistência às vítimas.

Na sexta-feira à noite, tornados históricos mataram em Kentucky ao menos 74 pessoas, mas o governador do estado, o democrata Andy Beshear, disse que espera que o número de vítimas aumente à medida que os corpos forem encontrados sob os escombros.

Biden declarou no domingo o estado de catástrofe maior em Kentucky, o que lhe rendeu o agradecimento do líder dos republicanos no Senado, uma demonstração de cortesia que se tornou rara em um Estados Unidos onde as divisões partidárias se acentuaram nos últimos anos.

"Dou as boas-vindas à rápida mobilização do governo para acelerar a provisão dos recursos necessários para esta crise", escreveu no Twitter Mitch McConnell, senador por Kentucky e líder republicano na Câmara alta.

- 'O tempo que for preciso' -


O presidente prometeu toda a ajuda das autoridades federais: "Estaremos ali o tempo que for preciso para ajudar", disse Biden na segunda-feira na Casa Branca, depois de uma reunião dedicada à estratégia a ser seguida devido aos efeitos do fenômeno meteorológico excepcional que também cobrou vítimas nos estados vizinhos de Tennessee , Illinois, Missouri e Arkansas.

"Isso é o que o governo [federal] avisou a todos os governadores: o que precisarem, quando precisarem", vocês terão, enfatizou o presidente.

Com sua viagem, Joe Biden não vai conquistar terras, politicamente falando: embora Kentucky tenha um governador democrata, o estado deu ao republicano Donald Trump uma grande maioria nas eleições de 2020.

Biden, que fez da empatia um de seus traços de identidade, e que elogiava em cada oportunidade a capacidade dos americanos de se manterem unidos em tempos difíceis, tomou cuidado para não politizar a visita antes de sua partida.

"O presidente enxerga as pessoas por meio da tragédia que estão enfrentando, a dor de terem perdido seus entes queridos, de terem perdido suas casas, [...] ele os vê como seres humanos, não como pessoas com laços partidários", destacou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, na terça-feira.

"A mensagem que enviará a eles, clara e diretamente, é esta: estamos aqui para ajudá-los, queremos reconstruir, estaremos ao seu lado", afirmou.

Por outro lado, Biden falou com muita cautela sobre o vínculo entre esses tornados e a mudança climática, enquanto em setembro, ao sinalizar a devastação da tempestade Ida nos estados de Nova York e Nova Jersey, falou de uma mudança climática de "alerta vermelho" e aproveitou a oportunidade para elogiar seus principais projetos de investimento.

"Temos que ter muito cuidado. Não podemos dizer, com absoluta certeza, que tudo isso está vinculado à mudança climática", afirmou na segunda-feira, classificando apenas como "incomuns" as tempestades da sexta-feira passada.

 

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