Como ficou a PEC

De 'autômato' a líder máximo

Ele foi descrito pela revista Der Spiegel como "a encarnação do tédio na política". Desde os anos 1970, passou por todos os níveis da atividade pública. Ontem, depois de conhecer a fundo o establishment alemão, Olaf Scholz, 63 anos, tornou-se o 10º chanceler da República Federal da Alemanha. Nascido em Osnabruck em 1958, Scholz entrou para o Partido Social-Democrata (SPD) quando tinha 17 anos. Era um jovem que flertava com as ideias mais à esquerda do SPD. Depois de se tornar advogado, foi eleito deputado em 1998. O batismo de fogo ocorreu entre 2002 e 2004, quando, na condição de secretário-geral do SPD, viu-se obrigado a explicar as impopulares reformas liberais de Schröder.

Os discursos em tom de autômato fizeram-no alvo de piadas e renderam-lhe o apelido de "Scholzomat". "Sempre faziam as mesmas perguntas e eu dava as mesmas respostas", brincou, recentemente, ao admitir que a descrição adotada pela mídia "não era totalmente falsa".

Em 2004, a liberalização rachou a esquerda e apressou a derrota de Schröder para Angela Merkel, em 2005. Dois anos depois, Scholz foi nomeado ministro do Trabalho. Social-democrata de tendência centrista, ele parece ter convencido parte do eleitorado. Em 2019, apresentou a candidatura para liderar o SPD, mas os militantes do partido escolheram dois quase desconhecidos mais à esquerda. Scholz, no entanto, conseguiu recuperar espaço com a pandemia, quando não hesitou em romper com a ortodoxia orçamentária. O SPD, então, o nomeou como candidato às eleições legislativas de setembro.