Covid-19

Pandemia sem freios: variante ômicron faz infecções subirem no mundo

Estados Unidos e países da Europa registram recorde de infecções. Especialistas culpam propagação da variante ômicron. Biden defende vacinação. OMS teme novas cepas

Rodrigo Craveiro
postado em 05/01/2022 06:00 / atualizado em 05/01/2022 06:18
 (crédito: Stephane de Sakutin/AFP)
(crédito: Stephane de Sakutin/AFP)

Em 24 horas, o mundo registrou 2,3 milhões de infecções pelo Sars-CoV-2, o coronavírus causador da covid-19. Quase metade dos casos da doença reportados entre segunda-feira e ontem foram registrados nos Estados Unidos — um recorde global. O presidente norte-americano, Joe Biden, participou de uma reunião com o infectologista Anthony Fauci, principal conselheiro da Casa Branca na resposta à pandemia. Depois, em declaração à imprensa, o democrata enfatizou a importância da vacinação, da dose extra do imunizante e do uso de máscaras. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) estimam que a cepa ômicron, descoberta em novembro de 2021 na África do Sul, seja responsável por 95,4% de todos os casos ativos de infecção nos EUA. Na Europa, a variante se dissemina por transmissão comunitária em vários países. França e Reino Unido também apresentaram os números mais altos de contágio desde o começo da pandemia.

A Organização Mundial da Saúde  (OMS) reconheceu que a maioria dos casos de covid-19 provocados pela ômicron envolvem sintomas leves. No entanto, advertiu que o aumento de infecções em todo o mundo pode ampliar o risco de surgimento de cepas mais perigosas. "Quanto mais a ômicron se espalha, mais se transmite e mais se replica e mais probabilidades tem de gerar uma nova variante", afirmou à agência de notícias France-Presse Catherine Smallwood, responsável de emergência da OMS. "Estamos em uma fase muito perigosa. As taxas de infecção aumentam de forma muito significativa na Europa Ocidental, e o impacto total disso ainda não está claro", acrescentou.

Apesar de a curva de mortes provocadas pela variante ômicron não acompanhar a de infecções, existe o temor de colapso nos hospitais.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

  • (FILES) In this file photo a health care worker takes a nasal swab sample from a student to test for Covid-19 at the Brooklyn Health Medical Alliance urgent care pop up testing site as infection rates spike on October 8, 2020 in New York City.  New York state will require all
    (FILES) In this file photo a health care worker takes a nasal swab sample from a student to test for Covid-19 at the Brooklyn Health Medical Alliance urgent care pop up testing site as infection rates spike on October 8, 2020 in New York City. New York state will require all "public-facing" health care workers to get vaccinated from September, Governor Andrew Cuomo announced on July 28, 2021, as the United States struggles to suppress the Delta variant. Cuomo said all of the state's tens of thousands of employees would have to show proof of vaccination or face weekly tests from September 6. (Photo by Angela Weiss / AFP) Foto: Angela Weiss/AFP
  • Biden chega para reunião com infectologistas: sem alarmismo
    Biden chega para reunião com infectologistas: sem alarmismo Foto: Mandel Ngan/AFP
  •  Voluntário distribui caixa com teste rápido de antígeno da covid-19, no nordeste de Londres: esforço para conter a doença
    Voluntário distribui caixa com teste rápido de antígeno da covid-19, no nordeste de Londres: esforço para conter a doença Foto: Tolga Akmen/AFP
  • Nathan Peiffer-Smadja, chefe de Infectologia Clínica do Hospital Bichat (em Paris)
    Nathan Peiffer-Smadja, chefe de Infectologia Clínica do Hospital Bichat (em Paris) Foto: Arquivo pessoal
  • Foto: Arquivo pessoal

Notas

 (crédito: Pontus Lundahl/AFP)
crédito: Pontus Lundahl/AFP

Notas

Chile vacina animais do zoológico

Charly e Sandai, um tigre de Bengala e um orangotango de Bornéu (foto), ambos em perigo de extinção, foram vacinados contra o coronavírus como parte de um programa experimental único na América Latina realizado pelo Zoológico Buin, em Santiago. Aos 26 anos, Sandai é um orangotango único na América do Sul, com grande potencial para a reprodução de uma espécie sob grave ameaça de extinção. Charly é, aos três anos, um imenso tigre de Bengala, a maior espécie de felino do mundo. Ambos fazem parte do grupo de 10 animais que receberam sua segunda dose da vacina anticovid-19 no Zoológico Buin, um dos maiores zoológicos privados da América Latina, como parte de uma campanha experimental que vem avançando nesta instituição após uma doação do laboratório veterinário Zoetis. Várias espécies de macacos e grandes felinos têm maior probabilidade de serem infectadas, de acordo com relatórios de vários zoológicos.

 

Três casos, 1 milhão de confinados

A China confinou mais 1 milhão de habitantes em uma localidade no centro do país, depois de detectar três casos assintomáticos de covid-19, um mês antes do início dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Desde o surgimento da epidemia, em dezembro de 2019, as autoridades vêm aplicando a estratégia "covid zero", que consiste em fazer o que for necessário para limitar ao máximo o surgimento de novos casos.A cidade de Yuzhou, localizada na província de Henan, cerca de 800km ao sul de Pequim, anunciou que seus 1,2 milhão de habitantes terão de ficar em casa para limitar a propagação do vírus.Não se especificou quanto tempo vai durar esse confinamento.

 

Papa critica desigualdade vacinal

O papa Francisco rezou pelos doentes e lamentou que os tratamentos médicos e as vacinas anticovid "sejam um luxo" dos ricos. A mensagem foi divulgada em alusão ao 30ºDia Mundial do Doente, que será celebrado em 11 de fevereiro. "Ainda resta um longo caminho a ser percorrido e em alguns países receber um tratamento adequado continua sendo um luxo", escreveu o pontífice. "Isso é comprovado, por exemplo, pela falta de disponibilidade de vacinas contra o vírus da covid-19 nos países mais pobres; mas ainda mais pela falta de tratamentos para patologias que exigem medicamentos muito mais simples", destacou. Em sua mensagem, o pontífice argentino lembrou os inúmeros doentes que, "durante este tempo de pandemia, viveram na solidão de uma unidade de cuidados intensivos na última etapa de sua existência".

 

Casal real da Suécia testa positivo

O rei e a rainha da Suécia testaram positivo para covid-19, informou a corte real sueca. Tanto Carl XVI Gustaf da Suécia, de 75 anos, como a rainha Silvia, de 78, foram diagnostocados na segunda-feira.Ambos, vacinados com três doses, apresentavam "sintomas leves" e estão "bem dadas as circunstâncias", disse a corte, explicando que o casal está isolado em sua casa.Em 30 de dezembro, a Suécia registrouy um número recorde de novos casos diários, 11.507— superando o recorde anterior de 11.376 de dezembro de 2020.

 

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação