Eleições na França

Candidatura para unir a esquerda

Correio Braziliense
postado em 16/01/2022 00:01
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

Em uma tentativa de mobilizar a esquerda para lançar um candidato único à Presidência da França, a popular ex-ministra francesa da Justiça Christiane Taubira se lançou, ontem, oficialmente, ao cargo. "Sou candidata para conseguir um Estado mais atento, mais cuidadoso, mais justo, mais eficiente", disse ela, de Lyon, ao anunciar sua pré-candidatura a uma primária popular convocada para o fim deste mês.

Taubira, que fez parte do governo do ex-presidente socialista François Hollande, aparece como a primeira aspirante de peso à Presidência, segundo especialistas. Porém, não há sinais de que haverá adesão à iniciativa da ex-ministra. A três meses do primeiro turno da eleição presidencial, a esquerda já tem seis candidatos e nenhum deles ultrapassa 10% das intenções de voto. Entre os nomes na disputa, estão a prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo, o líder da França Insubmissa, Jean-Luc Melenchon, e o ambientalista Yannick Jadot.

Emmanuel Macron ainda não se declarou oficialmente candidato à reeleição, mas as pesquisas indicam que ele venceria o primeiro turno contra a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, que é seguida de muito perto pela candidata da direita, Valérie Pécresse, nas sondagens de voto. A expectativa é de que Taubira siga despertando "fervor" entre os eleitores desiludidos após a vitória de Macron, em 2017, e o colapso dos partidos tradicionais.

Lutadora

Nascida em uma família de condições modestas, no território da Guiana Francesa, em 1952, Taubira ostenta a imagem de uma mulher lutadora que conseguiu a aprovação do casamento gay e de uma simbólica lei contra a escravidão. É criticada pela direita por sua suposta "frouxidão" em temas de segurança. Mais recentemente, foi bastante criticada por se recusar a reforçar os apelos pela vacinação contra a covid.

Caso a candidatura seja confirmada, não será a primeira vez que Taubira disputará o cargo. Em 2002, então deputada pela Guiana Francesa, ela disputou a Presidência pelo Partido Radical de Esquerda e obteve 2,32% dos votos. Se vencer desta vez, será a primeira mulher e a primeira negra a ocupar o cargo.

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