Ajuda internacional

Peru declara emergência e pede ajuda após desastre ambiental

Desastre foi resultado da violência das ondas que atingiram a costa peruana após o tsunami causado pela erupção de um vulcão no arquipélago de Tonga, no Oceano Pacífico

Agência Estado
postado em 24/01/2022 08:36
 (crédito: Cris BOURONCLE / AFP)
(crédito: Cris BOURONCLE / AFP)

O governo do Peru pediu neste domingo, 23, ajuda internacional para conter um vazamento de 6 mil barris de petróleo no litoral. O óleo foi lançado ao mar quando um petroleiro descarregava na refinaria La Pampilla, localizada 30 quilômetros ao norte de Lima. O desastre foi resultado da violência das ondas que atingiram a costa peruana após o tsunami causado pela erupção de um vulcão no arquipélago de Tonga, no Oceano Pacífico.

No sábado, 22, o Peru declarou emergência ambiental por 90 dias úteis para realizar "trabalhos de recuperação" na área atingida e mitigar os danos. O incidente deixou pássaros mortos flutuando no mar, cobertos de óleo nas rochas, incapazes de voar, e os pescadores sem poder trabalhar.

As correntes marinhas espalharam o petróleo ao longo da costa a mais de 40 quilômetros da refinaria, afetando 21 praias, segundo o Ministério da Saúde. O órgão de controle ambiental do Peru calculou que 1,7 milhão de metros quadrados de solo e 1,2 milhão de metros quadrados no mar foram afetados pela massa negra de óleo.

Limpeza

"Estamos fazendo um esforço incansável. Não é uma coisa comum isso acontecer e tentamos fazer o melhor que podemos", afirmou a bióloga Liseth Bermúdez, do Parque das Lendas. "Nunca na história do Peru se viu uma situação semelhante. Não há precedente para um tipo de derramamento na costa peruana. Não acreditávamos que seria dessa magnitude."

Brigadas de limpeza, que têm atuado em Ancón e em outros destinos populares na orla, encontraram enormes manchas de óleo na superfície do mar na baía. O pescador Alfredo Roque disse que as dificuldades devem durar muito tempo, já que uma grande quantidade de peixes recém-nascidos morreu.

Outras pessoas que viviam de atividades ligadas às praias também ficaram sem renda, como donos de restaurantes e funcionários do comércio local. "Não se vende nada. O peixe sai com cheiro de óleo, e as pessoas não compram, têm medo de se envenenar", afirma a vendedora Giovana Rugel, de 52 anos.

Extinção

Um zoológico de Lima está tentando salvar aves marinhas ameaçadas de extinção após o derramamento de petróleo. Mais de 40 aves, entre elas os pinguins de Humboldt, uma espécie ameaçada de extinção, foram resgatadas em estado crítico das praias e reservas naturais dos distritos de Ventanilla, na Província de Callao e no distrito de Ancón, perto de Lima.

As aves banhadas em óleo foram levadas ao zoológico Parque das Lendas, no distrito de San Miguel, na capital peruana, onde zoólogos e veterinários lutam para salvar suas vidas e remover o óleo de sua plumagem.

A Repsol, dona da refinaria onde ocorreu o vazamento, afirma que não foi responsável pelo desastre, já que as autoridades marítimas peruanas não emitiram alertas sobre um possível aumento das ondas após a erupção em Tonga. A empresa espanhola, que entregou um plano de contenção ao governo, disse que espera concluir, até o fim de fevereiro, a limpeza das áreas afetadas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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