Reino Unido

Mais uma festa "proibida" do premiê

Correio Braziliense
postado em 25/01/2022 00:01
 (crédito: Adrian Dennis/AFP)
(crédito: Adrian Dennis/AFP)

Enquanto milhões de britânicos estavam confinados e nem sequer podiam se despedir de seus mortos, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, celebrava o próprio aniversário com funcionários e amigos em pleno lockdown. A nova festa — que contou com bolo e com  "Parabéns para você" — ocorreu em 10 Downing Street, a residência oficial do governo, em 19 de junho de 2020. De acordo com a emissora ITV News, a comemoração foi organizada pela esposa de Johnson, Carrie, e contou com cerca de 30 pessoas, inclusive a arquiteta de interiores Lulu  Lytle, responsável pela controversa reforma do apartamento do premiê.

Uma porta-voz de Downing Street admitiu que Johnson ficou "menos de 10 minutos" na reunião. No entanto, a ITV News informou que vários amigos do líder conservador estiveram em outra festa na mesma noite e no mesmo local. "Isso é completamente falso. Seguindo as regras daquela ocasião, o primeiro-ministro recebeu um pequeno número de familiares, em área externa, naquela noite", informou.

A denúncia da ITV News é mais um capítulo nos escândalos envolvendo festas que contaram com a presença de Johnson quando vigoravam medidas restritivas para tentar conter a propagação da covid-19.

"Acabado"

"O premiê Boris Johnson está acabado, em parte por causa de seu caráter e de sua crença arrogante de que as regras básicas da vida pública não se aplicavam a ele. Fundamentalmente, ele não é uma pessoa séria e que possui um dos cargos mais sérios do mundo", afirmou ao Correio Anthony Glees, professor emérito da Universidade de Buckingham. "Somos uma potência nuclear e uma liderança da Otan, em um momento em que o impensável, uma guerra na Europa, é uma possibilidade real."

Glees lembra que as pesquisas de opinião pública ratificam a crise de credibilidade de Johnson. "Cerca de 80% dos britânicos acham que Boris mente sobre as festas, 70% querem a renúncia dele. O Partido Trabalhista está dez pontos percentuais à frente do governista Partido Conservador. O que os parlamentares conservadores precisam decidir é se suas chances de reeleição serão arruinadas se Boris ficar. Se eu fosse eles, me livraria dele o mais rápido possível. Boris é um desastre para a Grã-Bretanha." (RC)

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