Casa Branca

Biden enfrenta acusações de fraqueza contra adversários dos EUA

O confronto entre Rússia e Ucrânia reavivou essas acusações, já levantadas durante a caótica retirada do Afeganistão no final de agosto

Agência France-Presse
postado em 03/02/2022 13:50
 (crédito: SAUL LOEB / AFP)
(crédito: SAUL LOEB / AFP)

Washington, Estados Unidos- Joe Biden é "fraco" contra Vladimir Putin, Teerã ou Pyongyang? É o que afirmam opositores do presidente dos Estados Unidos.

"É uma surpresa que os aviões chineses estejam sobrevoando Taiwan? Ou que a Coreia do Norte esteja testando mísseis novamente? Ou que o Irã esteja intensificando seu programa nuclear? Todos eles notam a fraqueza de Biden", tuitou Nikki Haley, ex-embaixadora americana na ONU no governo de Donald Trump, sintetizando as críticas dos republicanos.

O confronto entre Rússia e Ucrânia reavivou essas acusações, já levantadas durante a caótica retirada do Afeganistão no final de agosto.

O presidente democrata pode até adotar um tom marcial, multiplicar ameaças e até enviar soldados para o Leste Europeu como fez na quarta-feira, ainda assim sua determinação será questionada.

A oposição republicana, incluindo sua faixa moderada, repreende Biden por descartar sanções preventivas contra Moscou para desencorajar um ataque à Ucrânia.

Por enquanto, o governo Biden aposta que a ameaça de medidas punitivas "devastadoras" no caso de uma invasão deterá o presidente russo, Vladimir Putin.

- "Menor incursão" -


O presidente de 79 anos causou confusão ao sugerir que uma "incursão menor" da Rússia provocaria menos resistência do Ocidente e ao sugerir divisões entre os países da Otan sobre a escala da resposta que justificaria tal incursão.

Os republicanos foram rápidos em criticar Biden, acusando-o de ter tacitamente "dado luz verde" a uma invasão russa, obrigando a Casa Branca a recuar.

"É típico de Biden: ele costuma responder mais como um analista do que como um presidente", disse Celia Belin, pesquisadora do think tank Brookings Institution em Washington.

No entanto, ela acredita que a forma como os EUA lidam com a crise na Ucrânia tem sido eficaz até agora.

No entanto, suas respostas analíticas são "um erro como líder", disse ela, especialmente porque "os republicanos insistem na ideia de fraqueza porque ressoa com a percepção geral de Biden como velho, frágil e sem determinação".

- Hesitante -


Biden entrou na Casa Branca prometendo aos aliados que "os Estados Unidos estão de volta", sinalizando sua disposição de buscar um acordo sob o risco de parecer hesitante.

Mas esse retorno ao cenário internacional após o unilateralismo da era Trump não significa que Washington pretenda estar em todos os lugares e em todos os momentos.

Os democratas querem tirar os Estados Unidos de conflitos prolongados e concentrar suas forças em uma China em ascensão, que os governos de Biden e Trump descreveram como o principal desafio do século 21.

Em relação a Pequim, embora Biden tenha mantido a linha dura adotada por seu antecessor, Trump, alguns conservadores continuam a criticá-lo por sua disposição de dialogar sobre questões climáticas e por sua recusa em boicotar as Olimpíadas de Pequim.

Para Kori Schake, diretora de Estudos de Política Externa e de Defesa do American Enterprise Institute, no entanto, "Biden não é mais fraco com a China ou a Coreia do Norte do que o governo anterior".

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