ESTADOS UNIDOS

Professores LGBT são demitidos por ficarem noivos e alunos paralisam escola

Centenas de alunos e familiares protestaram em frente à escola contra a demissão

Ana Laura Queiroz* - Estado de Minas
postado em 06/02/2022 10:02 / atualizado em 06/02/2022 12:19
Alunos protestam contra demissão de professores LGBT, em Seattle -  (crédito: Twitter/Reprodução )
Alunos protestam contra demissão de professores LGBT, em Seattle - (crédito: Twitter/Reprodução )

Em Seattle, nos Estados Unidos, centenas de estudantes do ensino médio paralisaram as aulas em protesto à demissão de dois professores. Ambos anunciaram à direção que se casariam com pessoas do mesmo sexo e, em seguida, perderam o emprego na Kennedy Catholic High School.

Os alunos afirmam que sabiam da orientação sexual do professor de inglês Paul Danforth, que é gay, e da treinadora de futebol Michelle Beattie, que é lésbica. “São pessoas incríveis e muito competentes em sala de aula”, dizia o cartaz escrito por um dos estudantes.

Inicialmente, a escola afirmou que a demissão foi voluntária. A declaração foi desmentida por ambos, que relataram terem sido coagidos a deixar o emprego.

 

"Amor é um direito humano", diz um dos cartazes
"Amor é um direito humano", diz um dos cartazes (foto: Twitter/Reprodução)

“Não foi uma coincidência. Tanto que Paul foi pressionado a se demitir logo após voltarmos de nossa viagem à Disneylândia, onde ficamos noivos”, disse Sean Nyberg, noivo do professor, em entrevista ao portal Bored Panda.

Para a escola, “se o estilo de vida do professor for incompatível com os valores morais católicos ou se sua conduta estiver em desacordo com o ensino católico, eles poderão ser demitidos”. O posicionamento, de evidente cunho conservador, foi divulgado após a repercussão do caso.

Protesto

“Seria aplicado se um professor se divorciasse e se casasse novamente? Ou teve filhos fora do casamento?”, questionou Erika Dubois, mãe de um dos alunos, que se juntou ao filho no protesto. Dubois não foi a única. Dezenas de pais foram à escola em apoio a paralisação e contrários às demissões.

 

Corredores, salas de aula e frente da escola foram ocupados pelos estudantes
Corredores, salas de aula e frente da escola foram ocupados pelos estudantes (foto: Twitter/Reprodução )

“Eu sou gay, o que vem em seguida? Eu vou ser expulso”, escreveu outro estudante em seu cartaz. A demissão preocupa familiares: “Triste com a mensagem que isso envia aos estudantes LGBTQ. Nós amamos e aceitamos você, mas não podemos empregá-lo”, completou Dubois.

Paul e Michelle receberam diversas propostas de trabalho em outras escolas, mas aguardam uma resposta da escola católica quanto à demanda dos alunos.

 

Paul e Michelle foram demitidos por anunciar casamento com pessoas do mesmo sexo
Paul e Michelle foram demitidos por anunciar casamento com pessoas do mesmo sexo (foto: Twitter/Reprodução)

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

  • "Amor é um direito humano", diz um dos cartazes Foto: Twitter/Reprodução
  • Corredores, salas de aula e frente da escola foram ocupados pelos estudantes
    Corredores, salas de aula e frente da escola foram ocupados pelos estudantes Foto: Twitter/Reprodução
  • Paul e Michelle foram demitidos por anunciar casamento com pessoas do mesmo sexo
    Paul e Michelle foram demitidos por anunciar casamento com pessoas do mesmo sexo Foto: Twitter/Reprodução
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação